Tinha 106 anos e morreu esta quarta-feira. Nicholas Winton era considerado o “Schindler britânico” por ter ajudado centenas de crianças durante o Holocausto.
Ao todo foram 669 crianças judias que Winton resgatou na antiga Checoslováquia durante a Segunda Guerra Mundial. A operação organizada por ele ganhou o nome de Kindertransport (transporte de crianças).
Em 1938, aos 29 anos, Nicholas Winton percebeu que os judeus residentes na antiga Checoslováquia, à altura ocupada pelos nazis, iam ser enviados para os campos de concentração. Decidiu ajudar e organizou comboios para transportar as crianças judias de Praga para a Grã-Bretanha, durante um ano. O segredo foi mantido durante 50 anos.
As crianças foram abrigadas em pensões e casas de acolhimento no Reino Unido, e tornaram-se, em muitos casos, os únicos membros da família a conseguir sobreviver ao Holocausto da Segunda Guerra Mundial.
Em 2014 Nicholas Winton foi premiado com a Ordem do Leão Branco, a maior da agora República Checa. Na homenagem, o presidente do país, Milos Zeman, o apontou Winston como exemplo de humanidade, caridade, coragem e modéstia.
No Reino Unido, país de onde é originário, em 1983, no aniversário da rainha, foi nomeado membro da Ordem do Império Britânico pela instalação de asilos da sociedade Abbeyfield na Grã-Bretanha e, em 2002, elevado a cavaleiro pela rainha Elizabeth II como reconhecimento do resgate das crianças.