Cogumelos dão prémio europeu a estudante de Aveiro

Cogumelos dão prémio europeu a estudante de Aveiro


Eduardo Batista foi distinguido com o Prémio Europeu de Conservação da Natureza.


Eduardo Batista é um rapaz que se diverte a apanhar cogumelos na Mata do Buçaco. O aluno da Universidade de Aveiro pegou nesse passatempo e transformou–o no tema do seu estágio curricular para completar o 4.o ano da licenciatura em Biologia. Isto por si só não justificaria nem uma linha nas páginas dos jornais. Acontece, porém, que a curiosidade deste miúdo fez com que ganhasse o Prémio Europeu de Conservação da Natureza atribuído pela Federação Europarc em parceria com a Fundação Alfred Toepfer.

Entregue anualmente, o galardão, intitulado “Alfred Toepfer Natural Heritage Scholarship”, tem como objectivo premiar “jovens conservacionistas com provas dadas na área da conservação da natureza, em particular nas áreas protegidas da Europa”, explica em comunicado a Europarc, organização pan-europeia que apoia e encoraja a protecção das áreas verdes da Europa.

Eduardo Batista foi distinguido pelo trabalho que tem realizado na caracterização dos cogumelos. No âmbito do estágio, tem estudado as comunidades de macrofungos, conhecidos vulgarmente por cogumelos, e estabelecido relações com o tipo de flora a que estão associados.

O prémio, no valor de três mil euros, financia trabalhos de investigação em áreas protegidas europeias em países que não o de residência do candidato. Eduardo Batista vai trabalhar no The Plitvice Lakes National Park, na Croácia, onde vai ser responsável pela caracterização dos cogumelos locais.

Esta é a segunda vez consecutiva que a distinção da Europarc é entregue a um cientista português: em 2014, a bióloga Milene Matos, também da Universidade de Aveiro, conquistou o mesmo galardão graças ao trabalho desenvolvido em diversas áreas protegidas portuguesas, com especial incidência na Mata do Buçaco.

A Federação Europarc é uma das mais importantes instituições europeias ao nível da gestão e conservação da natureza, representando actualmente 365 membros, desde departamentos governamentais a ONG e áreas protegidas de toda a Europa.

“A minha principal motivação para alcançar este prémio, como estudante, deve-se ao forte contacto que temos com os investigadores do nosso departamento e, após uma troca de ideias e algum incentivo por parte da Milene Matos, decidi tentar a minha sorte”, contou o estudante.