A comissão técnica do Brasil planeia o Mundial ao pormenor. Ou não.
Por incrível que pareça, alguém se esquece de fornecer os números das camisolas dos jogadores. O uruguaio Lorenzo Villizio, membro da organização, define então a numeração por conta própria e é profético ao entregar a camisa 10 a Pelé, quando o avançado ainda não é conhecido fora do seu país.
Com ela nas costas, o “moleque” transforma-se em “Rei”.
Lesionado por Ary Clemente, um brutamontes histórico do Corinthians, no último particular pré-Mundial, Pelé só se estreia no terceiro jogo com a URSS, ao lado de Garrincha, e atira à trave logo ao dois minutos.
Depois, acerta a pontaria e é um ver-se-te-avias: um golo a Gales, nos quartos-de-final, três à França, nas meias, e dois à anfitriã Suécia, na final.
Começa aqui a lenda, que se sagraria bicampeã na edição seguinte (Chile 1962) e tri em 1970 (México).