Francisco Assis, o senhor que se segue


Assis foi guterrista, socratista, costista, segurista, não deixando de ser ele próprio. Foi tudo o que o partido lhe pediu que fosse.


Não é comum alguém como Francisco Assis aparecer em público ousando divergir do líder do seu partido a escassos meses de umas eleições legislativas.

Aconteceu agora e, certamente, não por acaso.

O motivo alegado foi a discordância da escolha de António Costa de um candidato presidencial cozinhado em banho maria no intuito de unir as esquerdas. 

As esquerdas não querem união, aglutinação ou a fusão que António Costa previa e tanto desejava.
As esquerdas deixaram de ser um “bloco”, e agora querem ser “livres”.

Assis pretende que o PS devia ter alguém de uma esquerda declaradamente socialista. Um punho erguido em fundo vermelho, não uma nóvoa.

Que razões movem Francisco Assis a este movimento aparentemente inoportuno?

A primeira poderá filiar-se na recusa em trair a coerência do seu pensamento político, a segunda porque se percebe como António Costa está vulnerável e enfraquecido, a terceira porque é sempre conveniente acenar internamente com a bandeira do partido.

Assis é o momento, Costa deixou de ter talento, Seguro ficará no pensamento. 

E porquê ele e não outro?

Porque Assis reúne vantagens significativas.

Tem a aura da busca de consensos, participa no debate político com entusiasmo e abertura, é considerado um excelente orador. E todo o PS, o que dele gosta e o outro, sabem perfeitamente disso.

António Guterres recorreu a ele em profusão, Sócrates também lhe confiou a liderança do grupo parlamentar.

Assis foi guterrista, socratista, costista, segurista, não deixando de ser ele próprio.

Foi tudo o que o partido lhe pediu que fosse.

Em contrapartida, nem sempre se portaram bem para com ele. Agredido por militantes em Felgueiras quando defendia a decência política, colocado nas últimas filas da bancada por Seguro para lhe não fazer sombra, amordaçado por Costa no Congresso em Novembro.

Assis manteve-se Assis.

Soube cultivar a espera porque não ignora que muitos são os chamados e poucos os escolhidos.

Tem o respeito dos outros partidos, joga ao centro, acumula o capital político de quem nunca radicalizou a linguagem e de quem guardou a distância devida face às loucuras que no seu partido foram moda.

E percebe como, num ápice, os costistas desapareceram, os seguristas estão órfãos e os socratistas reféns.

É neste cenário que Assis entende aproximar-se a sua oportunidade.

António José Seguro invadiu a entrevista de António Costa, António Costa tirou o tapete a Seguro. Mas o tapete das mil e uma noites de Costa nunca chegou a voar.

Ninguém se pode queixar. O caminho está aberto.

E os socialistas têm razão em temer uma dupla derrota. Do seu líder e do presidente “to be”.

Estão recetivos. Estão em ponto de rebuçado.

Os Socialistas estão hoje conscientes que a tendência de voto é a inversa da que Costa prometera.

Se com Seguro se criou a perceção que o próprio “morreria” na praia, com Costa, cria-se a certeza que este segundo António se “afogará” ao entrar para a água.

A coligação recupera paulatinamente, não embarca em falsas promessas, nem no ilusionismo popular.

Passos Coelho não vacila, não quer agradar a Gregos e a Troianos, quer apenas recuperar um País que encontrou ferido no seu orgulho, falido nas suas contas e depauperado na sua esperança. Este foi sempre o seu compromisso.

O grande desígnio de Passos Coelho, é o de devolver um País são aos Portugueses, um País com mais emprego, um País com mais futuro e com cada vez menos peso do passado.

Passos quererá no próximo mandato um País de entendimentos, um País de compromissos, de reformas consensuais para as décadas.

Cavaco, exigirá o mesmo.

A política do tom cordato, da reforma, do respeito, é a oferta possível de Francisco Assis para afirmar a diferença e federar apoios no Socialismo pós Costa.

E o País contará com ele para a estabilidade das soluções futuras.

No Outono, caídas as folhas amarelecidas, regressará a nudez da árvore.

É essa árvore o legado que Assis receberá. A árvore, não a floresta.

O PS, este e o outro, puseram Assis “a milhas”, mas depois de Outubro, este as trocará por uma viagem de regresso.

Deputado do PSD
Escreve à sexta-feira

Francisco Assis, o senhor que se segue


Assis foi guterrista, socratista, costista, segurista, não deixando de ser ele próprio. Foi tudo o que o partido lhe pediu que fosse.


Não é comum alguém como Francisco Assis aparecer em público ousando divergir do líder do seu partido a escassos meses de umas eleições legislativas.

Aconteceu agora e, certamente, não por acaso.

O motivo alegado foi a discordância da escolha de António Costa de um candidato presidencial cozinhado em banho maria no intuito de unir as esquerdas. 

As esquerdas não querem união, aglutinação ou a fusão que António Costa previa e tanto desejava.
As esquerdas deixaram de ser um “bloco”, e agora querem ser “livres”.

Assis pretende que o PS devia ter alguém de uma esquerda declaradamente socialista. Um punho erguido em fundo vermelho, não uma nóvoa.

Que razões movem Francisco Assis a este movimento aparentemente inoportuno?

A primeira poderá filiar-se na recusa em trair a coerência do seu pensamento político, a segunda porque se percebe como António Costa está vulnerável e enfraquecido, a terceira porque é sempre conveniente acenar internamente com a bandeira do partido.

Assis é o momento, Costa deixou de ter talento, Seguro ficará no pensamento. 

E porquê ele e não outro?

Porque Assis reúne vantagens significativas.

Tem a aura da busca de consensos, participa no debate político com entusiasmo e abertura, é considerado um excelente orador. E todo o PS, o que dele gosta e o outro, sabem perfeitamente disso.

António Guterres recorreu a ele em profusão, Sócrates também lhe confiou a liderança do grupo parlamentar.

Assis foi guterrista, socratista, costista, segurista, não deixando de ser ele próprio.

Foi tudo o que o partido lhe pediu que fosse.

Em contrapartida, nem sempre se portaram bem para com ele. Agredido por militantes em Felgueiras quando defendia a decência política, colocado nas últimas filas da bancada por Seguro para lhe não fazer sombra, amordaçado por Costa no Congresso em Novembro.

Assis manteve-se Assis.

Soube cultivar a espera porque não ignora que muitos são os chamados e poucos os escolhidos.

Tem o respeito dos outros partidos, joga ao centro, acumula o capital político de quem nunca radicalizou a linguagem e de quem guardou a distância devida face às loucuras que no seu partido foram moda.

E percebe como, num ápice, os costistas desapareceram, os seguristas estão órfãos e os socratistas reféns.

É neste cenário que Assis entende aproximar-se a sua oportunidade.

António José Seguro invadiu a entrevista de António Costa, António Costa tirou o tapete a Seguro. Mas o tapete das mil e uma noites de Costa nunca chegou a voar.

Ninguém se pode queixar. O caminho está aberto.

E os socialistas têm razão em temer uma dupla derrota. Do seu líder e do presidente “to be”.

Estão recetivos. Estão em ponto de rebuçado.

Os Socialistas estão hoje conscientes que a tendência de voto é a inversa da que Costa prometera.

Se com Seguro se criou a perceção que o próprio “morreria” na praia, com Costa, cria-se a certeza que este segundo António se “afogará” ao entrar para a água.

A coligação recupera paulatinamente, não embarca em falsas promessas, nem no ilusionismo popular.

Passos Coelho não vacila, não quer agradar a Gregos e a Troianos, quer apenas recuperar um País que encontrou ferido no seu orgulho, falido nas suas contas e depauperado na sua esperança. Este foi sempre o seu compromisso.

O grande desígnio de Passos Coelho, é o de devolver um País são aos Portugueses, um País com mais emprego, um País com mais futuro e com cada vez menos peso do passado.

Passos quererá no próximo mandato um País de entendimentos, um País de compromissos, de reformas consensuais para as décadas.

Cavaco, exigirá o mesmo.

A política do tom cordato, da reforma, do respeito, é a oferta possível de Francisco Assis para afirmar a diferença e federar apoios no Socialismo pós Costa.

E o País contará com ele para a estabilidade das soluções futuras.

No Outono, caídas as folhas amarelecidas, regressará a nudez da árvore.

É essa árvore o legado que Assis receberá. A árvore, não a floresta.

O PS, este e o outro, puseram Assis “a milhas”, mas depois de Outubro, este as trocará por uma viagem de regresso.

Deputado do PSD
Escreve à sexta-feira