Este é o primeiro hostel em Sines

Este é o primeiro hostel em Sines


Desde a abertura, já tiveram mais de 50 clientes, sobretudo estrangeiros que “andam por aí” e ficam “entre deslocações”.


Um professor do ensino básico decidiu mudar de vida e abriu, com a mulher, bióloga marinha, o primeiro hostel de Sines, uma unidade com 30 camas e com vista sobre a frente marítima da cidade alentejana.

Enquanto Teresa Silva mantém a sua ocupação principal, Pedro Ventura vai dedicar-se, a partir de Setembro, exclusivamente ao novo negócio, que representou um investimento de cerca de 500 mil euros.

O allmar Hostel está de portas abertas em Sines, no distrito de Setúbal, há três semanas e pretende ser um local onde se possa "desfrutar do mar" e "realmente descansar", disse esta sexta-feira à agência Lusa Pedro Ventura.

Com formação de base em design industrial e "toda a qualificação possível" na área do ensino, o professor chegou a um ponto em que estava "cansado do sistema" e na perspetiva de vir a ser colocado longe de casa.

O casal começou a procurar um local adequado para concretizar o seu projeto e chegou a pensar em desistir, até que, no final do ano passado, encontrou a casa "perfeita", uma moradia com três andares, na zona histórica e com uma frente voltada para a icónica baía de Sines.

Dai até receberem o primeiro cliente, passaram seis meses envolvidos em burocracia e obras de adaptação do imóvel, cujas características tentaram preservar ao máximo, incluindo reciclarem alguns materiais, como as madeiras das portas, para criarem móveis para o alojamento.

Entre a compra da casa, o projeto e as obras, o investimento situou-se nos 500 mil euros, com apoio do fundo Jessica, uma iniciativa comunitária na área da reabilitação urbana.

"Em Sines há falta de unidades hoteleiras e este é o primeiro hostel", referiu Pedro Ventura, justificando a aposta no negócio.

O alojamento tem três quartos, dois de casal e um duplo, e quatro dormitórios com beliches, um deles pensado para uma família de quatro pessoas, todos com casa de banho privativa, num total de 30 camas, bem como salas de estar e de refeições e cozinha equipada.

Além da componente hoteleira, o hostel dispõe de uma sala "multiúsos", com cerca de 40 metros quadrados, que pode ser reservada para eventos, mas que o casal também pretende dinamizar com iniciativas próprias.

A ideia de Teresa e Pedro é "desenvolver a ligação ao mar", pensando, para tal, negociar parcerias com algumas empresas e entidades locais, nomeadamente nas áreas do surf, do mergulho, da pesca desportiva e da vela.

Na manhã em que a Lusa visitou a unidade, Natia Darsalia, uma jovem belga a terminar um período de estudos em Lisboa, era a única hóspede e elogiou a decoração e o atendimento, sobretudo a "simpatia" de um funcionário que a levou com um grupo de amigos a conhecer Porto Covo depois de terminar o serviço.

"É esse o espírito que queremos promover aqui", sublinhou Pedro Ventura, que não escondeu a intenção de ter um "local de referência", com um "conceito diferente do que se tem de hostel".

Lusa