Mais de cem empresas, cerca de 1500 empresários e nove países estarão presentes hoje e amanhã no I Fórum União de Exportadores CPLP(UE-CPLP), no Centro de Congressos de Lisboa, numa iniciativa pioneira da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa.
“Vamos fazer história”, afirmou Mário Costa, presidente da UE-CPLP em declarações ao i. “Até agora a CPLP sempre foi um projecto político, de governos. Com este fórum vamos dar um cunho empresarial, vamos pôr em contacto todos os empresários para que possam fazer negócios. Queremos dar um cunho totalmente diferente à CPLP.”
O principal objectivo é pôr as empresas dos vários países pertencentes à CPLP a trocar experiências e conhecimentos entre si.E mais tarde, claro, oportunidades de negócio.
Com a língua comum a facilitar a comunicação, com o know-how de países como Portugal e o Brasil a poder fazer a diferença em países como a Guiné-Bissau, está na altura de a CPLP dar o passo seguinte, diz o presidente da UE-CPLP. “Tem de entrar na esfera privada. Há muitas oportunidades para fazer negócio”, continua Mário Costa. Países como a Guiné ou Moçambique “são virgens e podem ser complementados”. A título de exemplo, “a Guiné-Bissau já está a fazer história, por aí termos colocado um laboratório de Certificação da Castanha de Caju, de onde o produto vai sair directamente para o mundo”. Mais, conta o responsável: “Já conseguimos que duas empresas garantissem escoar todo o produto da Guiné-Bissau.”
Entre hoje e amanhã vai haver seminários, tempo para sessões privadas Business to Business, pequenas reuniões temáticas dedicadas aos vários países presentes e uma grande conferência.
Há também, naturalmente, uma mostra que tem como objectivo apresentar as várias empresas que aderiram ao projecto. A mostra é inaugurada esta manhã pelo presidente da UE-CPLP, Mário Costa, pelo presidente da Confederação Empresarial da CPLP, Salimo Abdula, e pelo presidente da AICEP, Miguel Frasquilho.
Amanhã passarão ainda pelo Centro de Congressos de Lisboa Paulo Nunes de Almeida, da Associação Empresarial de Portugal, Luís Amado, ex-ministro dos Negócios Estrangeiros, e Jorge Gaspar, do IEFP, entre outros. Todos eles estarão presentes na grande conferência “Comunidade de povos abrangentes auto-sustentável”, que tem início às 14h30.
Numa altura em que o mercado europeu“começa a ficar saturado, e em que há tantos países com necessidades específicas”, o caminho “passa por olhar para eles e, por um lado, ajudá-los e por outro garantir mais mercado”, refere ainda Mário Costa. A UE-CPLP esteve em missão empresarial até ao passado dia 20 de Junho na Guiné Equatorial, em Cabo Verde e emMoçambique, na preparação do projecto comum que se pretende que lance as bases de um mercado comum, com livre circulação de pessoas e bens e a possibilidade de criação de um banco de fomento na comunidade.
É também uma oportunidade de “aproximar a CPLP das pessoas”, deixando que a comunidade passe a ser muito mais que um mero órgão institucional mas “fazendo a diferença” no que toca à economia, ao emprego e até “à percepção que actualmente os habitantes destes países têm da CPLP”.
