Se nesta sexta-feira se encontrar pela zona de Aveiro, é melhor evitar deslocar-se pela Estrada Nacional 109. A associação de lavoura do distrito aveirense (ALDA) convocou para amanhã uma marcha lenta, na estrada que liga Ovar à cidade dos ovos-moles. O protesto é mais uma forma dos agricultores se manifestarem contra as “sucessivas más políticas produzidas por sucessivos governos durante anos a fio e que atiraram a produção nacional de leite e carne para a difícil situação em que se encontra”, revelou a Confederação Nacional de Agricultores em comunicado.
A manifestação iniciar-se-á às 9h30, na freguesia de Válega, no concelho de Ovar, e seguirá até à delegação de Aveiro da Direcção Regional de Agricultura e Pescas da Zona Centro, onde se prevê a entrega de uma carta de reclamações dos produtores de leite e carne. Todo este percurso será feito, propositadamente, em ritmo lento.
Em declarações à agência Lusa, Albino Silva, da ALDA, afirmou que “o fim das quotas leiteiras é uma desgraça para os produtores, tendo em conta que não houve da parte dos governos medidas em defesa da produção nacional”. Albino Silva acrescentou ainda que “os preços pagos à produção estão ao nível de há 20 anos e não acompanharam o aumento dos factores de produção, como o gasóleo e a electricidade, as rações e os impostos, entretanto criados, que esmagam as explorações nacionais.”
A par do Minho, a beira litoral é uma das principais zonas de produção leiteira nacional. Segundo os cálculos da ALDA, das 30 mil explorações leiteiras que existiam na região, permanecem apenas cerca de 1500.