Hoje será mais um dia D para a Grécia, ou pelo menos de negociações árduas se o país quiser evitar o default.
Tsipras disse esta manhã que os credores rejeitaram a nova proposta do país, que inclui o congelamento das reformas antecipadas, mais impostos sobre a riqueza e sobre as empresas bem como cortes nas despesas militares, entre outras medidas.
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O FMI, o Banco Central Europeu e a Comissão Europeia terão já apresentado uma nova contraproposta ao primeiro-ministro grego, que deverá ser discutida à hora do almoço num encontro com Christine Lagarde, Jean Claude Juncker e Mario Draghi, antes da reunião do Eurogrupo.
As maiores reservas, segundo a imprensa internacional, vêem da instituição liderada por Lagarde. Já dentro dos países da zona euro, é visível que tem havido uma crescente divergência de posições, com alguns estados-membros a defenderem que a austeridade imposta à Grécia já atingiu o limite e outros a quererem que Atenas cumpra o que já negociou com os credores.
Na Alemanha, Angela Merkel parece protagonizar a posição mais moderada, enquanto o seu ministro das Finanças, Wolfgang Schäuble, se tem mostrado mais duro. Outro país que também faz parte da linha radical, a Finlândia, já avaliou a proposta grega, reiterando que a extensão do programa pode ser válida “se o Governo grego e o Parlamento se comprometerem com o programa acordado em Fevereiro de forma credível”.
Entretanto a fuga de capitais soma e segue na Grécia, antecipando a adopção de medias de controlo de capitais, como aconteceu com Chipre em 2012.
Só ontem terão sido levantados 1,5 mil milhões de euros, no mesmo dia em que Tsipras apresentou em Bruxelas um novo plano de cortes da dívida. Grande parte destes capitais, segundo o “Le Monde”, estão a ser transferidos para a Alemanha.
Os levantamentos de segunda-feira juntam-se aos recordes da semana anterior que, de acordo com várias fontes, atingiram dois mil milhões na sexta-feira passada.
Durante a semana, o total retirado dos bancos terá sido de cinco mil milhões de euros, de acordo com fontes europeias.
No total, mais de 80 mil milhões de euros foram retirados da Grécia desde Janeiro de 2010.
Estes números, que reflectem uma verdadeira corrida aos bancos, têm sido utilizados pelos credores do país como moeda de troca para pressionarem o executivo de Atenas a aceitar o acordo que ponha fim ao impasse da negociações e permita que Atenas pague os cerca de 1,7 mil milhões de euros ao FMI no final deste mês, evitando assim entrar em default.