Um cheirinho a revolução


22 de Junho de 1969. Os jogadores da Académica entram em campo com as capas caídas. 


 
Ninguém vê a final da Taça entre Benfica e Académica (2-1).

Em clima de contestação aberta, a Académica elimina o Sporting nas meias-finais da Taça de Portugal e marca lugar na final.

Com o Benfica? Sim, também, mas o verdadeiro adversário dos estudantes é o governo. E o Jamor é palco da maior manifestação de sempre contra o regime.

O Estado Novo, avisado, tem falta de comparência. Américo Tomás não foi ao jogo, nem autoriza a transmissão da final na televisão.

Os jogadores da Académica entram em campo com as capas caídas. Na segunda parte, mais surpresas com o aparecimento de cartazes em todas as bancadas.

“Menos espingardas, menos quartéis, menos repressão” podia ler-se num deles. A festa só fica incompleta porque é o Benfica quem ganha o jogo, após prolongamento. Resolve um golo de Eusébio aos 108’.