Falta de investimento privado é considerada entrave à reabilitação urbana

Falta de investimento privado é considerada entrave à reabilitação urbana


Engenheiros civis dizem que o investimento público não tem sido ajustado às necessidades de reabilitação urbana


A falta de investimento privado é considerada um dos principais entraves à reabilitação urbana. Esta é uma das conclusões da segunda edição do “Barómetro da Engenharia”, desenvolvido pela Ordem dos Engenheiros – Região Norte (OERN) que auscultou 160 engenheiros civis e surge no âmbito da discussão em torno da reabilitação urbana e da importância de regenerar as cidades.

Para 30% dos inquiridos, as dificuldades de financiamento são a principal razão do fraco desenvolvimento a este nível, colocando a falta de investimento privado em segundo lugar (21%). Na terceira posição da avaliação, surgem as dificuldades para obter licenciamento para estes projectos, entrave apontado por 18% dos engenheiros e ao qual se segue a instabilidade legislativa (16%).

O regime especial de incentivos à reabilitação urbana foi também alvo do escrutínio do painel de engenheiros civis que avaliaram o quadro legislativo de acordo com três critérios: 67% considera-o desajustado, 33% defende ser um regime adequado, mas nenhum dos inquiridos acredita na sua eficácia.

Já em relação ao programa Portugal 2020, a maioria dos profissionais de engenharia inquiridos (73%), acredita que as verbas disponíveis no âmbito do Portugal 2020 não serão suficientes para impulsionar a reabilitação urbana “e garantir assim o arranque efectivo do processo de renovação do edificado das cidades portuguesas”.

Apenas 27% acredita que estes novos fundos podem ser a “bolsa de ar” que faltava. Já quando questionados sobre a actuação governamental, os engenheiros civis são unânimes: 95% defende que o investimento público não tem sido ajustado às necessidades de reabilitação urbana.