O presidente executivo do Santander Totta, António Vieira Monteiro, reconheceu esta sexta-feira que o agravamento dos prejuízos do Novo Banco em 30 milhões de euros vai ter efeito na proposta de compra da instituição bancária.
"Na definição daquilo que vai ser a nossa proposta ou não proposta ao Novo Banco, vamos ter em atenção também os resultados que o banco tem tido ao longo do tempo", afirmou à agência Lusa António Vieira Monteiro.
Considerando que "30 milhões nunca são insignificantes", o responsável admitiu que o agravamento dos prejuízos "tem efeito" na proposta do Santander Totta.
"Perdem 400 e tal milhões, mais 30 milhões, dá mais 400 e tal milhões. É evidente que teremos de ter em atenção essa realidade", vincou.
Em relação ao aumento de tom dos protestos dos lesados do papel comercial do BES, Vieira Monteiro limitou-se a dizer: "Vamos ver".
Questionado ainda pela Lusa sobre a entrega da proposta de compra do Novo Banco, cujo prazo termina no dia 30 deste mês, o presidente executivo do Santander Totta riu-se e referiu que a documentação será entregue "às cinco horas da tarde" desse dia.
Vieira Monteiro falava aos jornalistas no final da assinatura de um acordo de parceria com a Universidade de Évora, através do qual o Santander Totta vai apoiar a academia na realização de projectos e actividades nas áreas do empreendedorismo, internacionalização e investigação.
As clarificações do Banco de Portugal e outros ajustamentos contabilísticos agravaram os prejuízos do Novo Banco em 30 milhões de euros face às contas apresentadas a 09 de Março de 2014.
As prestações acessórias ao ES Bank, no valor de 20,9 milhões de euros, foram as que mais contribuíram para as alterações das contas, segundo um comunicado enviado na noite de quarta-feira à Comissão de Mercado de Valores Mobiliários.
A 09 de Março, o Novo Banco divulgou um resultado líquido negativo de 467,9 milhões de euros desde que foi criado, em Agosto de 2014, na sequência da resolução do Banco Espírito Santo (BES), até ao final do ano passado.
Lusa