Júlio Ferreira. Uma medalha de bronze com o ponto de ouro

Júlio Ferreira. Uma medalha de bronze com o ponto de ouro


Na categoria -80 kg de taekwondo, o português de 21 anos acumula a sétima medalha para o país.


O Comité Olímpico Europeu nasce em 1968. Cria-se a sede em Roma e mãos à obra. Há uma série de países filiados como Portugal, claro está. O número cresce significativamente sobretudo com o desmantelamento da URSS. E é precisamente numa dessas repúblicas que nasce a primeira edição dos Jogos Olímpicos da Europa, os denominados Jogos Europeus.

Baku, capital do Azerbaijão, é eleita na 41.ª Assembleia Geral do Comité, em Roma (claro), em Dezembro de 2012, como candidata única. Mesmo assim, a votação não é unânime: 38 a favor, oito contra e duas abstenções – a Arménia recusa participar na votação por estar contra o regime político vigente. Seja como for, ganha a maioria.

A cerimónia de abertura é realizada noEstádio Olímpico, dirigida pelo grego Dimitris Papaioannou, peça-chave nos Jogos Olímpicos-2004, e há a surpresa chamada Lady Gaga. A cantora dá o ar de sua graça com uma interpretação de Imagine, de John Lennon. Segue-se o grito da ordem: Let the games begin.

E começam. Portugal, então, não tira o pé do pedal.Que é como quem diz, não tira o pescoço das medalhas. Ele é ouro, ele é prata, ele é bronze. Que sensação boa, uma barrigada de medalhas.

A alegria começa no domingo, com a prata de JoãoSilva no triatlo. Segue-se outra prata de Fernando Pimenta em K1 1.000. E mais uma, nos 5.000 metros. O ouro aparece, como não quer a coisa. No ténis de mesa, primeiro (Marcos Freitas, Tiago Apolónia e João Geraldo). No taekwondo, depois (Rui Bragança, -58 kg). Cinco, até agora. E o sexto, quem é?

João Costa aponta para o ouro, sai-lhe a prata. Menos mal, vá. Vamos à sétima?  O ténis de mesa, agora individual, está pronto, prontíssimo. Todos os olhos postos em Marco Freitas, 10.º do ranking mundial. E pooooing, o inglês Drinkhall (55.º) arruina-nos o sonho. A seguir é Tiago Apolónia, também nos quartos-de-final, e o bielorrusso Vladimir Samsonov (9.º) nem lhe dá a minima hipótese com um redondo 4-0.

Falta ainda o ciclismo e Rafael Reis só faz o 19.º melhor tempo no contrarrelógio. E agora? Calma, há o taekwondo. Júlio Ferreira, na categoria -80 kg, elimina o espanhol Raul Martinez Garcia (10-4) e depois o moldavo Aaron Cook (8-7). Na meia-final, sorte madrasta: 6-2 com o azeri Milad Beigi Harchegani. Há direito a jogo de consolação. Ao bronze, portanto. E aí, Júlio dá conta do recado. Ou seja, ganha ao norueguês Richard Ordemann. Mas só com o ponto de ouro (no prolongamento, como soi dizer-se), após o 5-5 no final das três rondas. Eis a sétima, a primeira de bronze.