Olhar para cima


À vezes sabe bem espairecer. Como por estes dias tenho olhado para cima, decidi aproveitar criando um pequeno intervalo na maçada da política.


O pôr-do-sol, a Lua, Júpiter e Vénus vistos de Isalo, Madagáscar

Quem por estes dias olhe o céu para noroeste à hora em que o Sol se põe verá muito facilmente Júpiter e Vénus. Este um ponto mais brilhante que aquele apenas devido à menor distância a que se encontra de nós.

O fenómeno, que se estende noite dentro, sucede desde meados de Maio e em Lisboa, cujas luzes pouco mais deixam ver, ganha um contorno especial: dois pontos luminosos espetados no céu negro, mostram-nos que há mais do que existe neste planeta.

A visão é tão espantosa que, para quem olhe para os planetas quando o Sol se põe, consegue ter uma belíssima ideia de como a imagem seria se a visse longe de nós, ou seja, do espaço: uma enorme bola de fogo a dominar a cena, Vénus ligeiramente à esquerda, com a Terra muito azul um pouco mais atrás e, lá muito ao longe, Júpiter. A Lua seria sem dúvida aquela bola branca perto da Terra.

Atarefados com a natural rotina da vida, embrulhados nas questiúnculas políticas que inundam os jornais e as televisões, nos tomam por tolos e nos falam de assuntos desenxabidos e maçadores, é bom, de vez em quando, quando o céu limpo nos permite, olhar para cima e, mesmo que não vejamos estrelas, depararmos a olho nu com planetas que nunca imaginaríamos encontrar juntos.

Há muitas formas de fugirmos, não digo da rotina, que acaba por ser indispensável, mas da uniformização da maneira de pensar o que se passa no país. À vezes sabe bem espairecer. Como por estes dias tenho olhado para cima, decidi aproveitar criando um pequeno intervalo na maçada da política.

Advogado 
Escreve à quinta-feira 

Olhar para cima


À vezes sabe bem espairecer. Como por estes dias tenho olhado para cima, decidi aproveitar criando um pequeno intervalo na maçada da política.


O pôr-do-sol, a Lua, Júpiter e Vénus vistos de Isalo, Madagáscar

Quem por estes dias olhe o céu para noroeste à hora em que o Sol se põe verá muito facilmente Júpiter e Vénus. Este um ponto mais brilhante que aquele apenas devido à menor distância a que se encontra de nós.

O fenómeno, que se estende noite dentro, sucede desde meados de Maio e em Lisboa, cujas luzes pouco mais deixam ver, ganha um contorno especial: dois pontos luminosos espetados no céu negro, mostram-nos que há mais do que existe neste planeta.

A visão é tão espantosa que, para quem olhe para os planetas quando o Sol se põe, consegue ter uma belíssima ideia de como a imagem seria se a visse longe de nós, ou seja, do espaço: uma enorme bola de fogo a dominar a cena, Vénus ligeiramente à esquerda, com a Terra muito azul um pouco mais atrás e, lá muito ao longe, Júpiter. A Lua seria sem dúvida aquela bola branca perto da Terra.

Atarefados com a natural rotina da vida, embrulhados nas questiúnculas políticas que inundam os jornais e as televisões, nos tomam por tolos e nos falam de assuntos desenxabidos e maçadores, é bom, de vez em quando, quando o céu limpo nos permite, olhar para cima e, mesmo que não vejamos estrelas, depararmos a olho nu com planetas que nunca imaginaríamos encontrar juntos.

Há muitas formas de fugirmos, não digo da rotina, que acaba por ser indispensável, mas da uniformização da maneira de pensar o que se passa no país. À vezes sabe bem espairecer. Como por estes dias tenho olhado para cima, decidi aproveitar criando um pequeno intervalo na maçada da política.

Advogado 
Escreve à quinta-feira