O presidente da Câmara de Gaia adiantou esta quinta-feira que irá impugnar a aprovação “ilegítima” e “absolutamente errada” feita pela Autoridade Metropolitana dos Transportes às alterações à rede e concessão por 10 anos da STCP.
“Nós vamos impugnar, vamos recorrer a todos os organismos para impugnar, para mim não muda nada. É um disparate o que aconteceu”, criticou Eduardo Vítor Rodrigues para quem a deliberação foi “absolutamente errada” e ilegítima uma vez que a própria autoridade metropolitana dos transportes “já é um defunto”.
O autarca reagia a notícias esta quinta-feira veiculadas no JN sobre a aprovação da alteração de linhas da Sociedade de Transportes Coletivos do Porto (STCP) e a sua concessão por 10 anos numa reunião da Autoridade Metropolitana de Transportes do Porto (AMTP), numa acção feita “nas costas das câmaras”.
Vítor Rodrigues disse não fazer “sentido terem metido à socapa” tais assuntos “na ordem dos trabalhos” de uma reunião onde a decisão acabou por ser tomada com o voto contra do líder executivo do Conselho Metropolitano do Porto, Lino Ferreira, cuja presença viabilizou a votação da proposta.
“Não podemos aceitar que a Área Metropolitana do Porto, [que na reunião esteve] representada pelo presidente do conselho executivo, tome decisões sobre estes assuntos sem me consultar, sem consultar o presidente de câmara respetivo”, criticou Vítor Rodrigues, adiantando ter pedido “uma reunião com urgência” do Conselho Metropolitano do Porto (CmP).
O autarca considera o processo “absolutamente inaceitável” e sem “sentido nenhum”, acrescentando que “ou há má-fé ou há ingenuidade” e “ambos os casos não são boas qualidades para quem quer gerir assuntos estratégicos para a área metropolitana”.
“Se houve extravasar de competências de alguém ou estão os presidentes de câmara a mais ou está quem extravasa competências”, atirou Vítor Rodrigues, defendendo que o CmP “é um conselho de presidentes de câmara que depois tem um núcleo executivo que materializa as decisões dos presidentes” e “não é um órgão em que os presidentes de câmara são figuras de faz de conta”.
Perante a decisão, a Área Metropolitana do Porto e os seus municípios já anunciaram esta quinta-feira que “accionarão todos os mecanismos legais” disponíveis para “impedir” a entrada em vigor da proposta que prevê o alargamento da concessão das linhas actualmente operadas pela STCP por dez anos.
Lusa