A China e a Coreia do Sul destronaram Portugal como principal fornecedor das importações para Angola. A análise é do Instituto Nacional de Estatística (INE) de Angola e refere-se ao primeiro trimestre deste ano.
Actualmente são mais de nove mil as empresas de Portugal que exportam para Angola. Mas, de acordo com o documento angolano, relativo ao comércio externo, a Coreia do Sul ultrapassou esse número e foi o primeiro fornecedor de Angola, neste período – com cerca de 140 mil milhões de kwanzas (1.034 milhões de euros) de vendas. Um caso que é apontado como “aparentemente pontual”, tendo em conta os registos anteriores substancialmente inferiores.
Já a China viu as importações para Angola subirem mais de 130 por cento nos primeiros três meses do ano, face ao mesmo período do ano anterior. Tendo agora uma quota de 16,8% das exportações.
Destronado para terceiro lugar desta lista do INE, fica Portugal, depois de vários anos como líder. Portugal representa agora uma quota de 10,9% e 70.033 milhões de kwanzas (526,6 milhões de euros) de produtos vendidos no primeiro trimestre – traduzindo-se numa quebra homóloga de 2,1 por cento.
No que respeita às exportações, a China mantém-se como principal destino dos produtos angolanos ao exterior (essencialmente petróleo), com uma quota de 44% e quase 400 mil milhões de kwanzas (2.899 milhões de euros) de vendas – o que, ainda assim, representa uma quebra homóloga de 49,7%.
À China seguem-se países como a Índia, Espanha e França. Deixando Portugal em sexto lugar dos destinos das exportações angolanas, entre Janeiro e Março deste ano, com uma quota de cerca de 4 por cento.
A 22 de Junho os ministros da Economia de Angola, Abraão Gourgel, e Portugal, António Pires de Lima, presidem à assinatura do memorando de entendimento de constituição do Observatório Empresarial dos dois países.
De acordo com informação do Governo angolano, este observatório vai acompanhar os investimentos portugueses em Angola e angolanos em Portugal. "O Observatório tem como principal função acompanhar os processos de análise de candidaturas de investimento, identificar obstáculos e seleccionar vias ou instrumentos para ultrapassar os constrangimentos", explicou no final de Maio o Ministério da Economia angolano.
Cerca de 2 mil empresas angolanas são participadas por capital português, segundo dados da AICEP.