A nova encíclica do Papa Francisco já foi divulgada. É a segunda do seu pontificado e tem a Ecologia como tema central. Ao longo de quase 200 páginas, Francisco traça um diagnóstico “preocupante” do meio ambiente e fala das desigualdades entre países pobres e ricos e da falta de “sensibilidade social” dos mercados e das empresas multinacionais – que exploram recursos naturais sem terem em conta as consequências que provocam nos territórios desfavorecidos.
O Papa apela a uma “maior responsabilidade” sobre o planeta, cuja degradação, diz, se deve à acção humana. No texto, divulgado hoje em seis línguas, Francisco insurge-se contra a “esquizofrenia permanente” e a “exaltação tecnocrática” e critica o facto de a política e a economia não se colocarem “decisivamente ao serviço da vida, especialmente a vida humana”. “A política não deve submeter-se à economia e esta não deve submeter-se aos ditames e ao paradigma eficientista da tecnocracia”, escreve ainda Francisco, acusando a Finança de “sufocar a economia real”. Não se aprendeu a lição da crise financeira mundial e só muito lentamente se aprende a lição da degradação ambiental”,avisa.
A banca também não escapa às críticas do Papa. A encíclica – o mais importante documento assinado pelo punho de um Papa – refere que “a salvação dos bancos a todo o custo”, fazendo pagar o preço à população sem a contrapartida de uma reforma do sistema, apenas “reafirma um domínio absoluto da finança que não tem futuro e só poderá gerar novas crises”.
“Laudato si” tece também críticas duras à sociedade “que tudo descarta” e ao consumismo. “A obsessão por um estilo de vida consumista, sobretudo quando poucos têm possibilidades de o manter, só poderá provocar violência e destruição recíproca”, avisa o Papa.
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