O arquitecto indiano Charles Correa, responsável por projectos como o Centro Champalimaud, em Lisboa, morreu nesta quarta aos 84 anos, anunciou o presidente do Instituto Indiano de Arquitectos.
"Charles Correa foi a inspiração para a infusão da modernidade na arquitectura indiana depois de 1947. Perdemos um inspirador de tendências e uma amada figura paternal", afirmou Prakash Deshmukh à agência AFP, adiantando que morreu de doença súbita.
Entre os projectos mais conhecidos que Correa assinou em todo o mundo estão o Centro de Neurociência do MIT, nos Estados Unidos, e o Centro Ismaili de Toronto.
Também desenhou o memorial de Ghandi em Gujarat when quando tinha apenas 28 anos e sempre foi conhecido pelo seu conceito “open-to-sky”, representado na maioria das suas obras.
Em Portugal, Correa projetou o centro de investigação biomédica da Fundação Champalimaud, um complexo de 60 mil metros quadrados localizado à beira do Tejo, em Pedrouços.
A primeira pedra do edifício, concluído em 2010, foi lançada em 2008.
O primeiro-ministro indiano, Narenda Modi, escreveu na rede social Twitter que a arquitectura de Correa era "muito apreciada, refletindo o seu brilhantismo, zelo inovador e maravilhoso sentido estético".
Charles Correa nasceu a 01 de setembro de 1930 em Secunderabad, estudou na Índia e nos Estados Unidos e estabeleceu-se como arquiteto em 1958.
O primeiro projecto que o tornou conhecido foi um monumento a Mahatma Ghandi, o líder do movimento para a independência da Índia, em Ahmedabad.
Nos anos 1970, Charles Correa liderou a equipa de arquitetos que projetou Nova Bombaim, uma extensão da cidade de Bombaim para acolher dois milhões de pessoas.
Ao longo da vida, recebeu várias honrarias no seu país e não só, destacando-se a Padma Vibhushan, uma das mais prestigiadas condecorações da Índia.
Lusa