Primeiro foi o apelo de Ségolène Royal ao boicote à Nutella. Numa entrevista que deu esta semana ao Canal+ em que falava da desflorestação, a ministra francesa do Ambiente sugeriu, depois de dizer que era “preciso replantar árvores massivamente”, que fossem tomadas outras medidas adicionais para combater o problema, entre elas reduzir o consumo do creme de avelã e cacau da Ferrero, nestas palavras: “Temos, por exemplo, de deixar de comer Nutella, porque leva óleo de palma” (e, como explicou de seguida, os actuais níveis de consumo de óleo de palma têm contribuído para a desflorestação nos países em que é produzido).
“Nutella é bom”, respondeu-lhe o entrevistador. Ségolène explicou que os danos são “consideráveis” e que é preciso encontrar “outras matérias primas”.
De Roma (a Ferrero é uma marca italiana) não tardou a resposta, vinda do seu homólogo Gian Luca Galletti, que no Twitter sugeriu a Ségolène que “deixe os produtos italianos em paz”. Isso e uma pequena provocação: “Menu para hoje à noite: pão com Nutella.”
Segolene Royal sconcertante: lasci stare i prodotti italiani. Stasera per cena… pane e #Nutella
— Gian Luca Galletti (@glgalletti) June 16, 2015
Depois veio o deputado do Partido Democrata italiano Michele Anzaldi lembrar à governante francesa que a Ferrero já se comprometeu publicamente com utilizar óleo de palma “100% sustentável” e exigir um pedido de desculpas.
A mensagem chegou a Ségolène, que respondeu via Twitter esta quarta-feira, com “mil desculpas pela polémica da Nutella":
Mille excuses pour la polémique sur le #Nutella. D'accord pour mettre en valeur les progrès.
— Ségolène Royal (@RoyalSegolene) June 17, 2015
Entretanto a Ferrero, que não comentou as declarações da ministra francesa, já veio também defender-se dizendo, conforme cita o “Le Monde”, que está “bem consciente das questões ambientais” e que “o cultivo do óleo de palma pode andar de mãos dadas com o respeito pelo ambiente e pelas populações”.