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O Presidente da República decidiu condecorar Teixeira dos Santos com a Grã-Cruz da Ordem Militar de Cristo, que reconhece destacados serviços prestados em cargos de soberania. É uma condecoração inteiramente merecida.
Teixeira dos Santos teve um desempenho brilhante na pasta das Finanças desde que assumiu o cargo, em Julho de 2005. Na altura, o anterior Ministro das Finanças, Campos e Cunha, hesitou perante os elevados gastos que representariam o novo aeroporto e o TGV, pelo que foi rapidamente substituído por Teixeira dos Santos, que apostou nesses projectos a todo o vapor.
No seu governo a dívida pública passou de 60% para mais de 100% do PIB. Em 2009, que só por coincidência era ano de eleições, Teixeira dos Santos baixou o IVA para 20% e aumentou os funcionários públicos 2,9%, fazendo o défice disparar.
Tal levou a que os credores começassem a pedir cada vez mais juros, pelo que Teixeira dos Santos avisou que pediria ajuda externa se os juros atingissem 7%, o que ocorreu em Novembro de 2010. Mas Teixeira dos Santos nada fez, e só em Abril de 2011 anunciou sozinho o pedido de ajuda, quando já ninguém emprestava dinheiro a Portugal.
Sócrates considerou-se traído, gritando “pelas costas, como um patife!” e cortou relações com ele, o que não impediu os dois de estarem juntos no anúncio do pedido de ajuda.
Teixeira dos Santos é assim um herói da luta contra a austeridade e o chamamento da troika. Ditosa pátria que tais filhos tem.
Professor da Faculdade de Direito de Lisboa
Escreve à terça-feira