A Câmara Municipal de Lisboa (CML) discute na próxima semana a proposta de venda dos terrenos da antiga Feira Popular, que será alvo de uma audição pública em Julho na Assembleia Municipal.
Os terrenos da antiga Feira Popular, com uma área de construção de 143 mil metros quadrados que abrange as avenidas das Forças Armadas, da República e 5 de Outubro, foram colocados em pré-anúncio de venda na internet em Março, no site da CML.
Esta terça-feira, o presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina anunciou que a proposta de hasta pública relativamente à alienação daqueles terrenos será discutida e votada na próxima semana em reunião do executivo. "Temos condições para poder avançar de forma bem-sucedida para resolver um dos maiores cancros urbanos de Lisboa", afirmou.
Por se tratar de uma venda avaliada em mais 500 mil euros terá que passar pela Assembleia Municipal para ser discutida e votada. Antes que tal aconteça irá decorrer naquele organismo fiscalizador uma audição pública sobre o tema, cuja realização foi hoje aprovada em reunião plenária por unanimidade.
Numa petição entregue no início deste mês na Assembleia Municipal, as associações de moradores das Avenidas Novas e da Praça de Entrecampos pediram para serem ouvidas, "uma vez que é intenção da Câmara Municipal proceder à venda dos terrenos da antiga Feira Popular ainda no primeiro semestre deste ano".
Referindo-se ao anúncio, no qual o terreno é apresentado como "a última grande oportunidade para desenvolver um projecto imobiliário no centro de Lisboa", as associações de moradores alertam que "nada – absolutamente nada – se sabe sobre o que ali poderá vir a nascer".
Na apresentação do orçamento para 2015, em Novembro do ano passado, o então presidente da Câmara de Lisboa, António Costa (PS), anunciou que a autarquia pretendia alienar os terrenos da antiga Feira Popular durante este ano.
Em Março de 2014, a Assembleia Municipal de Lisboa autorizou a Câmara a pagar cerca de 101 milhões de euros à empresa Bragaparques para a aquisição dos terrenos da antiga Feira Popular e do Parque Mayer.
Na origem deste processo está a permuta, há uma década, de parte dos terrenos da antiga Feira Popular (então propriedade municipal) pelos do Parque Mayer (que pertenciam à Bragaparques).
Lusa