A valorização económica do conhecimento produzido pelas instituições científicas e tecnológicas portuguesas permanece insuficiente e muitos dos projectos desenvolvidos acabam por não avançar com o número de patentes nacionais a fixar-se nos 0,6%, muito abaixo da média europeia (3,3%), por cada milhar de milhão de PIB. Esta é uma das conclusões do estudo Radiografia à Maioridade do Empreendedorismo apresentado, esta terça-feira, pela Associação Nacional de Jovens Empresários (ANJE).
"Por um lado, as universidades orientam parte significativa do seu esforço para questões com pouca aplicação prática; por outro lado, as empresas não utilizam o conhecimento científico para resolver problemas práticos e não valorizam economicamente o esforço intelectual", revela o documento.
O estudo lembra ainda que, apesar do número de licenciados em Portugal ser ainda baixo, quando comparado com a média dos países da OCDE, a taxa de crescimento de novos doutorados (2,12%) por mil habitantes, entre os 25 e 34 anos, situa-se já acima da UE (1,81%) e depois de nos últimos anos se ter feito um esforço reconhecidamente bem-sucedido na formação de pessoas com graus académicos de mestrado e doutoramento e da entrada de recursos muito valorizados na carreira de investigação, é agora tempo de estimular o encontro entre ciência e tecnologia com capacidade empresarial para inovar.
O documento lembra que, nos últimos anos, se fez um esforço muito considerável em infra-estruturas para acolhimento de iniciativas empresariais, de iniciativa pública e privada, existindo uma multiplicidade de incubadoras, espaços de coworking, centros de transferência de tecnologia e parques tecnológicos. No entanto, "falta agora acompanhar este enorme salto que foi dado em equipamentos com um esforço complementar na sua capacidade de gestão. Os estudos de caso efectuados evidenciam como o retorno do investimento é multiplicado sempre que as competências de gestão permitem criar uma atmosfera empreendedora numa infra-estrutura de incubação, ou seja, a taxa de sobrevivência das empresas, os postos de trabalho criados, os volumes de investimento captados aumentam significativamente.
Recorde-se que “A Maioridade do Empreendedorismo” decorre entre hoje e a próxima quinta-feira. Durante os três dias do evento, a sede nacional da ANJE vai transformar-se numa verdadeira incubadora internacional. Uma mostra vai reunir startups inovadoras, dando a conhecer os produtos (bens ou serviços) das empresas expositoras e proporcionando, deste modo, a divulgação dos mesmos perante um público especializado, que inclui decisores institucionais, investidores e empresários. As apresentações das startups são dinâmicas, interactivas e criativas.