Ruthanne e Larry Dolezal afirmam que os antepassados da filha vieram da Alemanha e da República Checa, e alguns são nativos americanos, diz o Guardian.
No mesmo jornal, Gary Younge, colunista e autor do livro "The Speech: The Story Behind Martin Luther King's Dream”, diz que identidade negra de Dolezal não faz sentido, “nem faz dela negra”.
Os pais explicam que adoptou irmãos negros e frequentou uma escola, no Mississippi, onde os seus amigos eram maioritariamente afro-americanos. Dizem ainda que a filha começou a mudar a sua aparência em 2004, quando se divorciou do ex-marido, um afro-americano.
O casal chega mesmo a mostrar uma fotografia de Rachel quando era nova, onde se vê uma menina com um longo cabelo loiro, e uma outra imagem do casamento de Rachel, onde surge novamente com o cabelo loiro e uma pele clara.
Dolezal, presidente da sede de uma organização de defesa dos direitos dos negros norte-americanos (NAACP, na sigla inglesa) em Spokane (Washington), já veio comentar as acusações dos pais. A professora universitária disse não ter contacto com os seus pais biológicos, devido a um processo que ainda está a decorrer, e que não os vê como os seus verdadeiros pais.
“Sinto que devo uma explicação à comissão executiva [da organização]”, afirmou a activista de 37 anos, acrescentando que se trata de um assunto complexo. “A questão não é tão simples quanto parece. Vimos todos do continente africano”.
O depois e o antes de Dolezal
O antigo presidente da NAACP adiantou que a escolha de Dolezal para o cargo de presidente nada teve a ver com raça. Também a sede, em Spokane, demonstrou o seu apoio à sua presidente.
O Guardian refere que Dolezal não costuma discutir a sua etnicidade, mas que utiliza expressões como “a nossa memória cultural”, quando se refere à história dos afro-americanos. Isso é visível, aliás, em vários dos seus vídeos no YouTube.
