Rota de Magalhães quer ser Património Mundial da UNESCO até 2019

Rota de Magalhães quer ser Património Mundial da UNESCO até 2019


A candidatura da Rota de Magalhães a Património Mundial, cujo processo é liderado por Portugal, poderá estar concluída em 2019.


A candidatura da Rota de Magalhães a Património Mundial, cujo processo é liderado por Portugal, poderá estar concluída em 2019, ano em que arrancam as comemorações dos 500 anos da viagem de circum-navegação de Fernão Magalhães.

A Rede Mundial das Cidades Magalhânicas, que envolve cidades e localidades a nível mundial, está a preparar a candidatura da Rota de Magalhães a Património Mundial da UNESCO, um trabalho que está a ser liderado por Portugal e que tem como porta-voz o presidente da Câmara de Sabrosa, José Marques.

O autarca está esta quinta-feira no Rio de Janeiro para participar em reuniões de trabalho sobre a Rede e, ao mesmo tempo, integrar este projecto na iniciativa “Há um rio que começa no Douro e termina no Brasil”, que a Associação dos Empresários Turísticos do Douro e Trás-os-Montes (AETUR) está a realizar no Brasil.

“O que nós gostaríamos era que, em 2019, ano em que se iniciam as comemorações dos 500 anos da viagem de circum-navegação termos a rede classificada como património mundial. Até lá temos um grande caminho a percorrer”, afirmou à agência Lusa José Marques.

O presidente referiu que, em Julho, se vai apresentar já um “esboço de candidatura”, mas ressalvou que este vai ser um “processo complexo” porque vai ser preciso “referenciar e assinalar o que é singular e identitário em cada uma das cidades”.

“Vai ser um processo construído. Tem que estar tudo devidamente enquadrado, valorizando o melhor que cada um destes locais tem para além do enquadramento com a primeira viagem de circum-navegação”, sustentou o autarca português.

José Marques destacou ainda o papel que o Rio de Janeiro desempenha na rede mundial de cidade.

“O Rio é para nós um pivot muito importante porque historicamente foi um lugar chave que está bem referenciado em todo o relato da viagem”, sublinhou.

A Rede Mundial de Cidades Magalhânicas, lançada em 2013, pretende ser um instrumento de trabalho para estudar e divulgar o “facto universal inigualável” que foi a primeira volta ao mundo.

Esta viagem, segundo o presidente da Câmara de Sabrosa, “constitui um invulgar e único património comum a todos os povos que a protagonizaram e é um verdadeiro tesouro da humanidade”.

A Rede integra as cidades de Ushuaia, Sevilla, San Lúcar de Barraneda, Porvenir, Praia, Rio de Janeiro, Montevideo, Tenerife, Granadilla de Abona, Lisboa, Tidore, Porto, Guetaría, Buenos Aires, Punta Arenas, Cebú, Guam, Tidore, Brunei, Sabrosa, San Gregorio, Puerto San Julián, Ciudad del Cabo e Vicenza.

Sabrosa reclama para si o título de “berço” do navegador Fernão Magalhães. Recentemente foi inaugurada nesta vila uma exposição interativa, especialmente vocacionada para as escolas e os jovens.

José Marques explicou que a mostra tem o cenário de um porto que convida a entrar “num elemento simbólico de uma nau” onde é projetado um filme em três dimensões que conta a história da viagem de circum-navegação e os principais episódios que ocorreram.

Segundo o autarca, o objectivo é acrescentar informação sobre todas as cidades e territórios que foram tocados pela viagem de circum-navegação.

“Quando estiver na sua totalidade poderemos dizer que temos o mundo no Douro, temos o mundo em Sabrosa”, frisou.

A iniciativa “Há um rio que começa no Douro e termina no Brasil”, que começou na segunda-feira e termina esta quinta-feira, tem como objectivo a promoção da região portuguesa nas suas principais vertentes: vinho, turismo e cultura.

Lusa