Richard W. Rahn, economista norte-americano, membro da Mont Pelerin Society e colunista no “Washington Times”, escreveu há semanas para aquele jornal um artigo sobre a Suíça: um país rodeado de montanhas, sem acesso ao mar, onde se falam quatro línguas. No fundo, com todos os ingredientes para se dar mal, mas que acaba por ser um dos mais ricos do mundo.
E também aquele cujo banco central, contrariamente aos dos maiores blocos económicos, não optou pela desvalorização da moeda para incentivar o crescimento económico. Depois de ter estado indexado ao euro durante três anos, o Banco Nacional Suíço decidiu desligar o seu franco da moeda única europeia. Fê-lo sem recear que a sua forte valorização causasse estragos na economia suíça, encarecendo as exportações.
As más-línguas dirão que a Suíça baseia o seu sucesso na banca, que protege quem precisa de esconder dinheiro. Mas isso não explica tudo. Não só os bancos suíços são o que são devido ao sucesso do país, como este produz outros bens de excelente qualidade que exporta para todo o mundo.
Como refere Richard W. Rahn, o sucesso suíço deve-se essencialmente a uma descentralização do governo que incentiva a concorrência fiscal entre os diversos cantões, aliada ao rigor orçamental a que isso obriga. É, aliás, por isso que os suíços não temem a valorização do seu franco. Na verdade, este apenas reforça a especialização em produtos de alta qualidade e de valor acrescentado que paga salários à altura da sua exigência.
Advogado. Escreve à quinta-feira