Fazer um novo jornalismo, num novo meio


O futuro do jornalismo e do seu papel nas sociedades e nos equilíbrios das democracias está agora demasiado dependente deste factor tecnológico


Passei parte desta semana em Valência num congresso de editores da Europa e da América Latina. A troca de experiências passou pelos desafios que se deparam aos jornais e aos jornalistas com as significativas quebras de vendas do papel e um crescimento, ainda pouco sustentado, dos produtos on-line. No debate ficou a ideia de que não podemos apenas passar os jornais de papel para um novo meio e esperar que sejam uma novidade. Esta simples transposição apenas fará nascer um meio “velho” numa nova plataforma. Teremos de reinventar o jornalismo, encontrar a forma de garantir proximidade, qualidade, cativando os novos leitores que procuram saber tudo de imediato, sem paciência para esperar pela saída do jornal em papel ou pela hora do noticiário da rádio ou da televisão.

A mudança exige uma grande dose de ousadia, e acho que apenas aqueles que agora tenham efectiva coragem para parar e pensar nessa nova fórmula terão capacidade de sobreviver num negócio que se está a transformar demasiado depressa. Das experiências que conheci nesta semana percebi que esta mudança se ensaia com diversos modelos, sendo ainda uma aposta a ideia dos sites pagos com notícias, apostando na credibilidade e na diversidade de informação, para levar os leitores a optar por subscrever um “velho” jornal num novo meio. Não creio que seja solução a longo prazo, mas poderá garantir a sustentabilidade financeira das empresas até que chegue essa nova era no jornalismo, que nenhum de nos consegue ainda adivinhar. Na televisão já temos de encontrar diariamente argumentos para levar as pessoas a ligarem a TV na hora certa, com uma larga fatia dos que nos seguem a verem os programas fora de horas, ou na net. A mudança e o grande desafio ultrapassam largamente os jornais em papel.

O futuro do jornalismo e do seu papel nas sociedades e nos equilíbrios das democracias está agora demasiado dependente deste factor tecnológico, como acontece desde que inventaram uma forma de imprimir as palavras dos arautos, que fizeram nascer o jornalismo. Sem dramas, daqui a meia dúzia de anos estaremos a olhar para um jornal como este de outra forma. Confesso que gostava já hoje de a conhecer.

Jornalista RTP
Coordenador Jornal 2 – RTP2
Escreve à sexta-feira


Fazer um novo jornalismo, num novo meio


O futuro do jornalismo e do seu papel nas sociedades e nos equilíbrios das democracias está agora demasiado dependente deste factor tecnológico


Passei parte desta semana em Valência num congresso de editores da Europa e da América Latina. A troca de experiências passou pelos desafios que se deparam aos jornais e aos jornalistas com as significativas quebras de vendas do papel e um crescimento, ainda pouco sustentado, dos produtos on-line. No debate ficou a ideia de que não podemos apenas passar os jornais de papel para um novo meio e esperar que sejam uma novidade. Esta simples transposição apenas fará nascer um meio “velho” numa nova plataforma. Teremos de reinventar o jornalismo, encontrar a forma de garantir proximidade, qualidade, cativando os novos leitores que procuram saber tudo de imediato, sem paciência para esperar pela saída do jornal em papel ou pela hora do noticiário da rádio ou da televisão.

A mudança exige uma grande dose de ousadia, e acho que apenas aqueles que agora tenham efectiva coragem para parar e pensar nessa nova fórmula terão capacidade de sobreviver num negócio que se está a transformar demasiado depressa. Das experiências que conheci nesta semana percebi que esta mudança se ensaia com diversos modelos, sendo ainda uma aposta a ideia dos sites pagos com notícias, apostando na credibilidade e na diversidade de informação, para levar os leitores a optar por subscrever um “velho” jornal num novo meio. Não creio que seja solução a longo prazo, mas poderá garantir a sustentabilidade financeira das empresas até que chegue essa nova era no jornalismo, que nenhum de nos consegue ainda adivinhar. Na televisão já temos de encontrar diariamente argumentos para levar as pessoas a ligarem a TV na hora certa, com uma larga fatia dos que nos seguem a verem os programas fora de horas, ou na net. A mudança e o grande desafio ultrapassam largamente os jornais em papel.

O futuro do jornalismo e do seu papel nas sociedades e nos equilíbrios das democracias está agora demasiado dependente deste factor tecnológico, como acontece desde que inventaram uma forma de imprimir as palavras dos arautos, que fizeram nascer o jornalismo. Sem dramas, daqui a meia dúzia de anos estaremos a olhar para um jornal como este de outra forma. Confesso que gostava já hoje de a conhecer.

Jornalista RTP
Coordenador Jornal 2 – RTP2
Escreve à sexta-feira