As voltas e reviravoltas da bola


Toda esta azáfama clubística vai ter muita ressonância mediática e certamente os próximos tempos vão ser muitos curiosos.


© Hugo Delgado/Lusa

Há voltas e reviravoltas no futebol português que dão que pensar.

No ano em que o Futebol Clube do Porto fica a zero em troféus e o seu treinador, Julen Lopetegui, é contestado por uma boa percentagem de associados do clube, a direcção reforça a confiança no técnico e passa ao largo como se nada se tivesse passado de anormal.

No ano em que Jorge Jesus ganha o bicampeonato nacional, e ainda arrecada mais três taças nas duas últimas épocas, o presidente do Sport Lisboa e Benfica chama-o ao seu gabinete e, ao que se sabe cá fora, propõe uma redução de ordenado: se antes ganhava 4 milhões por ano, passará a auferir 3, por ter ganho. Andava assim de cavalo para burro, sem mais justificação. Com os sócios a jurarem que o amavam, Filipe Vieira não se compadeceu. Jesus não fez como o homónimo e não deu a outra face. Preparou a vingança e serviu-a fria: passou--se para o outro lado da segunda circular, para o clube do seu coração, ao que consta.

Quanto ao Sporting Clube de Portugal, que há sete anos não ganhava nada, depois de experimentar batalhões de treinadores durante esse jejum, acaba de ganhar a Taça de Portugal e manda embora o seu (de quem os sócios gostavam!), vá-se lá saber por que razões, a não ser a visível: ele e o presidente Bruno de Carvalho não navegavam nas mesmas águas.

Toda esta azáfama clubística vai ter muita ressonância mediática e certamente os próximos tempos vão ser muitos curiosos. Fala-se em Rui Vitória, que desceria de Guimarães para dirigir a turma da Luz. Marco Silva é outra hipótese, mas há quem afiance que o seu futuro é o Sevilha. Entretanto, nas Antas reina a calma.

Se há voltas e reviravoltas no futebol português, que dizer do futebol internacional, onde Joseph Blatter, qual Ali Babá, parece ter sido descoberto na sua gruta, onde se refugiavam igualmente os acompanhantes do costume. Agora atrás das grades, a FIFA está às voltas com a justiça e não se augura nada de muito bom desses processos.

Só faltava mesmo aparecerem as acusações de batota nas apostas, dominadas pela máfia internacional, para se saber que os 4-0 do Benfica ao Penafiel tinham sido combinados ou que mais uns quantos desafios da série B tinham sido previamente definidos.

Meus senhores, tenham tento: não chegam já os banqueiros e os políticos enrolados em casos mais que suspeitos? Ver os telejornais começa a ser uma prática muito mais excitante que as “Engrenages” (estupidamente traduzidas por “Um Crime, Um Castigo”) na RTP 2.

Escreve à sexta-feira

As voltas e reviravoltas da bola


Toda esta azáfama clubística vai ter muita ressonância mediática e certamente os próximos tempos vão ser muitos curiosos.


© Hugo Delgado/Lusa

Há voltas e reviravoltas no futebol português que dão que pensar.

No ano em que o Futebol Clube do Porto fica a zero em troféus e o seu treinador, Julen Lopetegui, é contestado por uma boa percentagem de associados do clube, a direcção reforça a confiança no técnico e passa ao largo como se nada se tivesse passado de anormal.

No ano em que Jorge Jesus ganha o bicampeonato nacional, e ainda arrecada mais três taças nas duas últimas épocas, o presidente do Sport Lisboa e Benfica chama-o ao seu gabinete e, ao que se sabe cá fora, propõe uma redução de ordenado: se antes ganhava 4 milhões por ano, passará a auferir 3, por ter ganho. Andava assim de cavalo para burro, sem mais justificação. Com os sócios a jurarem que o amavam, Filipe Vieira não se compadeceu. Jesus não fez como o homónimo e não deu a outra face. Preparou a vingança e serviu-a fria: passou--se para o outro lado da segunda circular, para o clube do seu coração, ao que consta.

Quanto ao Sporting Clube de Portugal, que há sete anos não ganhava nada, depois de experimentar batalhões de treinadores durante esse jejum, acaba de ganhar a Taça de Portugal e manda embora o seu (de quem os sócios gostavam!), vá-se lá saber por que razões, a não ser a visível: ele e o presidente Bruno de Carvalho não navegavam nas mesmas águas.

Toda esta azáfama clubística vai ter muita ressonância mediática e certamente os próximos tempos vão ser muitos curiosos. Fala-se em Rui Vitória, que desceria de Guimarães para dirigir a turma da Luz. Marco Silva é outra hipótese, mas há quem afiance que o seu futuro é o Sevilha. Entretanto, nas Antas reina a calma.

Se há voltas e reviravoltas no futebol português, que dizer do futebol internacional, onde Joseph Blatter, qual Ali Babá, parece ter sido descoberto na sua gruta, onde se refugiavam igualmente os acompanhantes do costume. Agora atrás das grades, a FIFA está às voltas com a justiça e não se augura nada de muito bom desses processos.

Só faltava mesmo aparecerem as acusações de batota nas apostas, dominadas pela máfia internacional, para se saber que os 4-0 do Benfica ao Penafiel tinham sido combinados ou que mais uns quantos desafios da série B tinham sido previamente definidos.

Meus senhores, tenham tento: não chegam já os banqueiros e os políticos enrolados em casos mais que suspeitos? Ver os telejornais começa a ser uma prática muito mais excitante que as “Engrenages” (estupidamente traduzidas por “Um Crime, Um Castigo”) na RTP 2.

Escreve à sexta-feira