O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, criticou esta quinta-feira a proposta do PS de poder compensar por transferências do Orçamento do Estado a redução das contribuições dos trabalhadores, considerando que isso será feito à custa de impostos actuais ou futuros.
"O Orçamento do Estado são os impostos dos portugueses, não é outra coisa senão isso. Das duas uma, ou se redistribui a despesa que temos e então é preciso cortar em algum lugar para compensar essa falta na Segurança Social ou então isso é feito à custa dos impostos, ou de défice e impostos futuros ou de impostos agora", afirmou Pedro Passos Coelho aos jornalistas.
"Essa medida representa bem um modelo de desenvolvimento económico que não se ajusta às circunstâncias que nós vivemos"
Falando na residência oficial, em Lisboa, o chefe de executivo reagia ao facto de o PS prever que a sua medida para a redução gradual e temporária das contribuições dos trabalhadores seja, se necessário, compensada por transferências do Orçamento do Estado para a Segurança Social, visando salvaguardar a sustentabilidade do sistema.
"Essa medida representa bem um modelo de desenvolvimento económico que não se ajusta às circunstâncias que nós vivemos. O país não comporta esse tipo de experiência e esse estímulo à procura que é feito artificialmente ou à conta de impostos futuros ou de impostos presentes ou simplesmente de uma dúvida sobre os nossos financiadores e sobre os próprios portugueses sobre a recuperação que seremos capazes de sustentar", defendeu Passos Coelho.
Na versão final do programa eleitoral do PS, que foi divulgada na quarta-feira à noite (ao abrigo das normas estatutárias da Convenção Nacional deste partido), é também condicionada a projectada descida da taxa social única (TSU) das empresas, em quatro pontos percentuais, à avaliação anual das novas fontes de contribuição para o sistema da Segurança Social.
Lusa