A China reafirmou esta segunda-feira que "o progresso económico" do país "demonstrou que a via de desenvolvimento" escolhida pelo Partido Comunista Chinês "está certa", rejeitando qualquer reavaliação dos sangrentos acontecimentos de há 26 anos.
"O governo e o povo chineses já chegaram a uma conclusão acerca dos incidentes políticos da década de 1980", disse a porta-voz do ministério chinês dos Negócios Estrangeiros, Hua Chunying, ao ser questionada sobre uma petição das "Mães de Tiananmen" reclamando a reabilitação do movimento pró-democracia da Praça Tiananmen.
Considerado pelo governo como "uma rebelião contra-revolucionaria", o referido movimento, iniciado por estudantes das universidades de Pequim, foi esmagado pelo exército no dia 4 de Junho de 1989. Centenas de pessoas morreram e milhares de outras foram presas ou exilaram-se.
Mais de um quarto de século depois, a China é hoje a segunda economia mundial, à frente do Japão e dos mais desenvolvidos países europeus, e a maior potência comercial do planeta.
"O progresso económico provou que a via de desenvolvimento seguida pela China está certa e tem o apoio de 1.300 milhões", disse também a porta-voz do MNE chinês.
O número exacto de pessoas mortas durante a repressão militar do movimento de 1989 continua a ser segredo de estado, mas as "Mães de Tiananmen", associação não-governamental constituída por mulheres que perderam os filhos naquela altura, já identificaram mais de 200.
Nos casos de Ding Zilin e de Zhang Xianling, as mais conhecidas figuras do grupo, os filhos tinham 17 e 19 anos, respectivamente.
Lusa