Segurança Social: silêncio, que eles vão votar


Esta gente não tem emenda. De eleição em eleição repetem as mesmas cenas, os mesmos erros, as mesmas tentativas de enganar quem vota e lhes dá o poleiro.


© Antonio Pedro Santos

Agora o grande tema é a Segurança Social. Se não fosse um tema trágico, o espectáculo que a classe política está a dar era verdadeiramente hilariante. Parecem baratas tontas às segundas, quartas e sextas, vendedores de banha da cobra às terças, quintas e sábados. Ao domingo, em função das plateias, são mentirosos. Todos tentam esconder dos portugueses que o actual sistema de pensões está condenado.

Foi criado e viveu feliz enquanto havia muitos contribuintes na pirâmide. Tinha dinheiro para pagar boas pensões com a entrada de sócios com ordenados razoáveis. Uma pirâmide, como todas as pirâmides, só dura enquanto entrar gente e dinheiro no sistema. Quando a população activa diminui, o desemprego aumenta, a emigração dispara, os salários baixam, os pensionistas aumentam, a natalidade cai abruptamente e a esperança de vida sobe, o sistema está condenado.

É isso que os políticos do governo e da oposição escondem dos eleitores. A Segurança Social não precisa de mais uns remendos que os políticos gostam de classificar como reformas estruturais. Precisa de uma revolução de alto a baixo. Que alerte os actuais e futuros activos, de uma vez por todas, que as suas reformas não lhes vão garantir a sobrevivência na velhice. Que alerte os actuais e futuros activos que o Estado já não vai tomar conta deles até à morte.

Que alerte os actuais e futuros pais que os abonos de família vão sofrer cortes significativos ou mesmo desaparecer. Que alerte os que têm emprego ou vão entrar no mercado de trabalho que os subsídios de desemprego vão ser mais baixos e de curta duração. Que alerte os mais pobres que o rendimento social de inserção tem os dias contados, ao contrário do que diz o PS, que o criou em 1995 e agora quer dá-lo aos ex-presos e a mais famílias. Que alerte os mais velhos que o complemento solidário de idosos vai acabar mais cedo do que imaginam. Que altere radicalmente o sistema de descontos e possibilite aos actuais e futuros activos a criação de sistemas alternativos de reforma. O que implica, no imediato, cortes nas pensões em pagamento que compensem a redução das contribuições.

Uma revolução é uma revolução e provoca sempre mortos e feridos. A alternativa à revolução é a falência da Segurança Social e a desgraça para milhões de pensionistas. O corte de 600 milhões de euros anunciado e depois escondido pelo governo é uma aspirina para um doente terminal. A descida da TSU para trabalhadores e empresas e o investimento em imobiliário de 10% das reservas financeiras da Segurança Social, anunciados aos solavancos pelos socialistas sem revolucionar o sistema, é um crime sem nome. PSD, CDS e PS sabem que o sistema está condenado. Sabem que é preciso a tal revolução que andam a adiar para não perderem votos nas eleições. Agora, como sempre, atiram foguetes para tentar enganar os tolos e esconder a verdade dos portugueses. Agora, como sempre, atentam contra a democracia, contra o país e contra os seus cidadãos. Os partidos do arco da governação deixaram há muito de ser os pilares da democracia. Com os anos, transformaram-se nos seus coveiros.

Segurança Social: silêncio, que eles vão votar


Esta gente não tem emenda. De eleição em eleição repetem as mesmas cenas, os mesmos erros, as mesmas tentativas de enganar quem vota e lhes dá o poleiro.


© Antonio Pedro Santos

Agora o grande tema é a Segurança Social. Se não fosse um tema trágico, o espectáculo que a classe política está a dar era verdadeiramente hilariante. Parecem baratas tontas às segundas, quartas e sextas, vendedores de banha da cobra às terças, quintas e sábados. Ao domingo, em função das plateias, são mentirosos. Todos tentam esconder dos portugueses que o actual sistema de pensões está condenado.

Foi criado e viveu feliz enquanto havia muitos contribuintes na pirâmide. Tinha dinheiro para pagar boas pensões com a entrada de sócios com ordenados razoáveis. Uma pirâmide, como todas as pirâmides, só dura enquanto entrar gente e dinheiro no sistema. Quando a população activa diminui, o desemprego aumenta, a emigração dispara, os salários baixam, os pensionistas aumentam, a natalidade cai abruptamente e a esperança de vida sobe, o sistema está condenado.

É isso que os políticos do governo e da oposição escondem dos eleitores. A Segurança Social não precisa de mais uns remendos que os políticos gostam de classificar como reformas estruturais. Precisa de uma revolução de alto a baixo. Que alerte os actuais e futuros activos, de uma vez por todas, que as suas reformas não lhes vão garantir a sobrevivência na velhice. Que alerte os actuais e futuros activos que o Estado já não vai tomar conta deles até à morte.

Que alerte os actuais e futuros pais que os abonos de família vão sofrer cortes significativos ou mesmo desaparecer. Que alerte os que têm emprego ou vão entrar no mercado de trabalho que os subsídios de desemprego vão ser mais baixos e de curta duração. Que alerte os mais pobres que o rendimento social de inserção tem os dias contados, ao contrário do que diz o PS, que o criou em 1995 e agora quer dá-lo aos ex-presos e a mais famílias. Que alerte os mais velhos que o complemento solidário de idosos vai acabar mais cedo do que imaginam. Que altere radicalmente o sistema de descontos e possibilite aos actuais e futuros activos a criação de sistemas alternativos de reforma. O que implica, no imediato, cortes nas pensões em pagamento que compensem a redução das contribuições.

Uma revolução é uma revolução e provoca sempre mortos e feridos. A alternativa à revolução é a falência da Segurança Social e a desgraça para milhões de pensionistas. O corte de 600 milhões de euros anunciado e depois escondido pelo governo é uma aspirina para um doente terminal. A descida da TSU para trabalhadores e empresas e o investimento em imobiliário de 10% das reservas financeiras da Segurança Social, anunciados aos solavancos pelos socialistas sem revolucionar o sistema, é um crime sem nome. PSD, CDS e PS sabem que o sistema está condenado. Sabem que é preciso a tal revolução que andam a adiar para não perderem votos nas eleições. Agora, como sempre, atiram foguetes para tentar enganar os tolos e esconder a verdade dos portugueses. Agora, como sempre, atentam contra a democracia, contra o país e contra os seus cidadãos. Os partidos do arco da governação deixaram há muito de ser os pilares da democracia. Com os anos, transformaram-se nos seus coveiros.