Chineses lideram corrida ao Novo Banco

Chineses lideram corrida ao Novo Banco


Os chineses foram desde sempre favoritos, em primeiro lugar devido à sua capacidade financeira, difícil de igualar


O Novo Banco deverá ficar em mãos chinesas. A venda poderá render mais de 4 mil milhões de euros e estará a ser discutida entre os rivais Anbang Insurance e a Fosun International, de acordo com uma notícia do Financial Times, que cita diversas fontes próximas do processo.

Este negócio, segundo o jornal de referência, revela  o optimismo crescente quanto ao futuro da economia portuguesa, que cresceu 0,9% em 2014 depois de uma queda consecutiva ao longo de três anos. O Banco de Portugal prevê que o PIB cresça 1,7% este ano e atinja os 2% em 2017.

 Além dos chineses da Anbang e da Fosun, mais três entidades apresentaram propostas para comprar o Novo Banco: os espanhóis do Santander e ainda os norte-americanos Apollo e a Cerberus têm sido os nomes apontados.

Os chineses foram desde sempre favoritos, em primeiro lugar devido à sua capacidade financeira, difícil de igualar. Depois, porque as propostas são interessantes do ponto de vista do desenvolvimento estratégico, consideram analistas e fontes ligadas ao processo.

O maior investimento financeiro realizado por um grupo chinês na Europa até ao momento foi no valor de 3 mil milhões de dólares, pelo Banco de Desenvolvimento da China, na compra de 2,6% do capital do Barclays, em 2007, de acordo diz o Financial Times, citando a Dealogic. Isto significa que a compra do Novo Banco passaria a representar o maior investimento chinês na Europa efectuado até hoje.

Se a proposta ultrapassar os 4 mil milhões de euros, isso representará também uma alívio para as autoridades portuguesas, uma vez que o resgate custou 4,9 mil milhões injectados pelo Fundo de Resolução, dos quais 3,9 mil milhões vieram de um empréstimo do Estado e o restante é composto por recurso que o fundo já possuía e por um empréstimo de 700 milhões de euros dos bancos participantes.

A factura a pagar pelos bancos dependerá do valor da venda do Novo Banco. Mas o prazo de pagamento da fatia que sobrar poderá estender-se por 20 anos.