Hoje é o meu último dia como director interino do i. Amanhã já não estarei aqui, mas reuniram-se as condições para que o jornal possa continuar a ganhar visibilidade, leitores e influência. Não tenho a mais pequena dúvida.
A direcção será liderada por Vítor Rainho e terá dois directores–adjuntos, Ana Sá Lopes e José Cabrita Saraiva. Uma direcção reforçada com a experiência de Rainho, ex-subdirector do “Sol” e durante vários anos responsável pela revista do “Expresso”. Mas também com a fundadora do i Ana Sá Lopes, que trará consigo a Vanessa, um extraordinário dois-em-um. E com José Cabrita Saraiva, cuja visão cultural e compromisso geracional potenciará a ligação do jornal que nasceu precisamente com esses valores. É uma aposta clara no i, um investimento na continuação do trabalho que se fez nestes últimos largos meses. Estou convencido de que vai gostar do resultado.
Ganhámos visibilidade. Aumentámos as vendas em papel, um crescimento relevante quando comparamos os números dos meses homólogos do ano anterior. São dados relevantes. Confirmaram-se grandes jornalistas, gente com paixão, inteligência e preparação. Não vou poder citar os jornalistas que me apeteceria, conhece-os tão bem como eu.
Trouxemos a ambição de todos os dias sermos competitivos, de conseguirmos arriscar primeiras páginas diferentes dos outros num tempo em que as agendas mediáticas se tornaram uma espécie de ditadura do politicamente correcto. Mudámos a edição de sábado, vimos nascer um novo magazine, o B.I., que começou a fazer o seu caminho.
Não tivemos preconceitos em tratar temas populares com se fossem referência (porque a vida das pessoas, o que lhes interessa, deve estar reflectido em projectos de informação credíveis). Tentámos tornar visível a mais-valia de um grafismo que se adapta às notícias típicas de um diário, mas também ao tratamento informativo que é típico numa news magazine. Uma hibridez que nos favoreceu, que nos continuará a favorecer.
Tenho a certeza de que terá ainda mais motivos para acreditar num jornal assim. Com gente inconformada, talentosa, capaz de surpreender sem perder o objectivo final do jornalismo: permitir que as pessoas possam ser mais livres porque mais bem informadas.
Uma palavra para Luís Rosa. Foi director do projecto até inícios de Maio. Creio que ele subscreverá tudo o que aqui escrevi – foi o primeiro responsável editorial pelas alterações que levaram a estes resultados.
Como alguns saberão, aceitei o convite para ser director-executivo do “Sol”. Um desafio que é uma prova de confiança de Mário Ramires, presidente do conselho de administração da Newshold, que é e será sempre para mim um jornalista. Espero não defraudar as expectativas, mas isso são contas para um outro rosário.
Continuarei a acompanhar-vos, estarei por aqui, vocês sabem.