O lausperene


O turismo é o nosso grande produto exportador. 


O seu peso no nosso PIB representa mais do dobro do seu peso na média europeia. São os números de 2013 que o dizem, e não haja dúvidas de que o sector cresce mais em cada ano que passa. Conviria acrescentar que, ao contrário de uma lógica de sol e praia, o chamado “turismo cultural” passou de um nicho de mercado de 18% há 20 anos para cerca de 50% nos tempos que correm. É clarinho como a água limpa que quem viaja cada vez mais procura a “diferença”, aquilo que está fora da comunicação global, e quem nos visita quer ver e sentir as identidades, os patrimónios, as paisagens, os cheiros, os sabores e, sobretudo, as pessoas.

Mas há ilusionismos e elucubrações políticas que, não mentindo, disfarçam muito bem a crua nudez da realidade. A nossa intendência governamental, tão autoproclamada de “rigor”, enche a boca em lausperene e atira aos assustadiços eleitores a ideia de que, apesar dos “sacrifícios e graças a eles!”, a economia está a crescer e o desemprego a diminuir. O facto em si é iniludível. Mas acontece graças a quê? Em que é que a nossa impoluta intendência contribuiu para isso? Onde é que aumentou a nossa capacidade produtiva? Digam-me, por favor. 

Hoje, quando quero ir ao “estrangeiro”, basta-me ir ao Chiado. São hordas de gente a entrar todos os dias, ou porque o jihadismo a repeliu do norte de África, ou porque isto ou porque aquilo. A verdade é que nos caiu em sorte este providencial “ouro do Brasil”, e não fosse esse bambúrrio estaríamos já a penar um segundo resgate. Foi sorte, sim. E aldrabar é muito feio. 

Historiador.

Escreve ao sábado 

O lausperene


O turismo é o nosso grande produto exportador. 


O seu peso no nosso PIB representa mais do dobro do seu peso na média europeia. São os números de 2013 que o dizem, e não haja dúvidas de que o sector cresce mais em cada ano que passa. Conviria acrescentar que, ao contrário de uma lógica de sol e praia, o chamado “turismo cultural” passou de um nicho de mercado de 18% há 20 anos para cerca de 50% nos tempos que correm. É clarinho como a água limpa que quem viaja cada vez mais procura a “diferença”, aquilo que está fora da comunicação global, e quem nos visita quer ver e sentir as identidades, os patrimónios, as paisagens, os cheiros, os sabores e, sobretudo, as pessoas.

Mas há ilusionismos e elucubrações políticas que, não mentindo, disfarçam muito bem a crua nudez da realidade. A nossa intendência governamental, tão autoproclamada de “rigor”, enche a boca em lausperene e atira aos assustadiços eleitores a ideia de que, apesar dos “sacrifícios e graças a eles!”, a economia está a crescer e o desemprego a diminuir. O facto em si é iniludível. Mas acontece graças a quê? Em que é que a nossa impoluta intendência contribuiu para isso? Onde é que aumentou a nossa capacidade produtiva? Digam-me, por favor. 

Hoje, quando quero ir ao “estrangeiro”, basta-me ir ao Chiado. São hordas de gente a entrar todos os dias, ou porque o jihadismo a repeliu do norte de África, ou porque isto ou porque aquilo. A verdade é que nos caiu em sorte este providencial “ouro do Brasil”, e não fosse esse bambúrrio estaríamos já a penar um segundo resgate. Foi sorte, sim. E aldrabar é muito feio. 

Historiador.

Escreve ao sábado