Na mesma semana em que recebeu dois reputados prémios internacionais de design, a marca “Porto.” foi escolhida pela Coca-Cola para ilustrar a primeira lata de uma série comemorativa. Já não é só um slogan de uma bebida. É mesmo sentir a emoção de uma… Cidade.
O Porto já era uma das raras cidades com dois arquitectos Pritzker, Siza e Souto Moura, o nome e o centro da mais antiga região vitícola demarcada do mundo, a casa de um dos grandes clubes de futebol da Europa ou a terra da legendária francesinha. O Porto das imensas marcas de excelência não tinha marca própria. Ou seja, tinha muitas marcas marcantes mas não marcava tanto quanto devia. Com a marca “Porto.” chegou o agregador. O chapéu-de-chuva múltiplo, feito da soma de várias identidades únicas.
A Coca-Cola, atenta aos mercados há mais de 129 anos, quis vir para o Porto. Quis passar a fazer parte. E criou uma lata especial que vem homenagear a cultura e o património da cidade e imortaliza uma ilustração do seu centro histórico. Faz sentido. As grandes marcas procuram-se e atraem-se. Nada acontece por acaso. Não basta ter lata para se estar na lata.
A imagem do Porto na lata de Coca-Cola © Estela Silva/Lusa
Isto na semana em que o mesmo “Porto.”, concebido por uma empresa local, a White Studio, recebeu em Londres um D&AD Award e foi a Istambul buscar dois prémios da European Design Awards. Um bom exemplo de indústrias criativas e diplomacia económica a funcionarem juntas. Num ano em que o futebol não ganhou nada, foi a cidade a conquistar troféus.
O Porto é cultura, economia e pessoas. Por esta ordem ou por outra. Há dias, em entrevista ao Jornal de Notícias, Paulo Cunha Silva, o vereador da Cultura de Rui Moreira, partia deste triângulo de valores para explicar porque é que o Porto é uma Nação. E é muito simples. Ser uma Nação é um estilo de vida. Não significa pretender ser um Estado. A não ser de espírito.
Escreve à quinta-feira