PS acusa Governo de insistir no modelo de austeridade de Vítor Gaspar

PS acusa Governo de insistir no modelo de austeridade de Vítor Gaspar


“A insistência da maioria PSD/CDS nesta receita mostra a sua fidelidade ao modelo de ajustamento de Vítor Gaspar”.


O PS acusou esta quarta-feira o Governo de se manter "fiel" ao modelo de austeridade do ex-ministro das Finanças Vítor Gaspar e classificou como "socialmente inaceitável" e "economicamente injustificável" um novo corte nas pensões já atribuídas.

Posições que foram assumidas pelo vice-presidente da bancada socialista Vieira da Silva, na abertura do debate de urgência requerido pelo PS sobre "cortes nas pensões" – um tema que resultou de declarações proferidas no sábado à noite pela ministra de Estado e das Finanças, Maria Luís Albuquerque, segundo as quais são necessárias poupanças de 600 milhões de euros ano para garantir a sustentabilidade do sistema de Segurança Social.

"O corte das pensões em pagamento foi das medidas mais recessivas que a economia portuguesa viveu nos anos deste Governo. A insistência da maioria PSD/CDS nesta receita mostra a sua fidelidade ao modelo de ajustamento de Vítor Gaspar, mostra que o ‘pós-troika' (Banco Central Europeu, Comissão Europeia e Fundo Monetário Internacional) não mudou a crença de uma austeridade a todo o custo e com alvos escolhidos", declarou Vieira da Silva.

A seguir, o ex-ministro socialista voltou a rejeitar qualquer acordo com o Governo e com a maioria PSD/CDS em torno de uma poupança de 600 milhões de euros no sistema de pensões.

"Não é socialmente aceitável, nem economicamente justificável que se renove a ameaça de cortar mais as pensões atribuídas. Não somos parte de uma política que já está a provocar mais instabilidade e mais incerteza nas famílias e na economia", disse.

Com a ministra de Estado e das Finanças presente no debate, o vice-presidente da bancada socialista também se procurou antecipar a uma previsível explicação de Maria Luís Albuquerque sobre a real intenção do executivo ao nível da sustentabilidade da Segurança Social, designadamente sobre a questão das pensões.

"É indiscutível que a maioria PSD/CDS e o Governo tomaram uma decisão sobre o sistema de pensões, quantificaram essa decisão [600 milhões de euros] e integraram essa decisão na comunicação à Comissão Europeia. Não há pois artifício de dialética parlamentar ou estratégica mediática que possa esconder este facto", acrescentou.

Lusa