São quatro as áreas de “importância crítica” a nível militar ara a China neste momento. Segundo um documento confidencial do regime ontem tornado público por portas travessas, a Marinha recebeu recentemente ordens de se manter-se centrada “em mar aberto”, leia-se no mar do Sul da China, onde as aspirações territoriais chinesas muito se têm feito sentir nos últimos anos.
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No documento de estratégia militar a que a BBC teve acesso, é ordenado à Marinha chinesa que altere as suas prioridades: se antes devia estar concentrada na “defesa de águas offshore”, agora tem ordens para mudar o centro de atenções para a “protecção de mares abertos”, ordem que encabeça uma lista de quatro pontos.
O oceano, o espaço, a força nuclear e o ciberespaço são agora as quatro áreas “críticas” para o regime chinês, incluindo-se entre as novas directivas acelerar a criação de uma “ciberforça” que faça frente “às graves ameaças de segurança” que o país enfrenta na internet, lê-se nos papéis do Conselho de Estado chinês.
Para os que têm acompanhado as movimentações militares na vasta nação chinesa, o conteúdo destes documentos não é surpreendente. Nos últimos anos Pequim tem apostado no reforço estrondoso das suas forças marítimas, investindo num porta-aviões, em submarinos e noutros navios de guerra, numa altura em que as disputas com vários países da região sobre uma série de ilhas do mar do Sul da China continuam a ferro e fogo.
Só em 2014, no que toca apenas às disputadas ilhas Spratly, Pequim criou 800 hectares de terra na superfície marítima. No documento, o Conselho de Estado garante que a “China só atacará se for atacada”. Nele são mencionadas várias vezes as “acções de provocação de certos vizinhos offshore e de partes externas que estão a envolver-se nos assuntos do mar do Sul da China”.