O calcanhar de Madjer


27 de Maio de 1987. Onde é que você estava nesse dia?


A pergunta impõe-se, como se de uma revolução se tratasse.

Uma revolução futebolística, acrescente-se. Nessa noite mágica, o FC Porto devolve a glória aos portugueses, depois do bis do Benfica em 1961 e 1962.

Vinte e cinco anos depois do último título de campeão europeu, a Taça dos Campeões volta a Portugal, sempre agarrada às mãos do capitão João Pinto.

Na final de Viena, o favorito Bayern joga sem Augenthaler, enquanto o FC Porto vê-se privado do goleador Gomes e ainda do central Lima Pereira.

Ao intervalo, 1-0 por Kögl, certamente o mais desconhecido da equipa alemã, francamente favorita por estatuto e ainda pela forma como destroça o Real Madrid nas meias-finais (4-1). Ao intervalo, o discurso de Artur Jorge é simples. E motivador. Dizem eles, os jogadores. Daí à reviravolta é um pequeno passo.

Decide a genialidade de Madjer. Não só foi o autor do inesquecível 1-1, de calcanhar, como ainda fabricou o 2-1 de Juary numa espectacular jogada pela esquerda em que deu um nó cego a Eder. Em menos de 180 segundos, o Porto derruba o Bayern e toca o céu.