Portugal tem aproveitado com mestria a enorme variedade de oferta imobiliária que possui, aplicando-a com sabedoria na nossa promoção turística. Em Portugal existem à venda edifícios históricos exemplarmente reabilitados, edifícios modernos com a melhor classificação energética, edifícios com história a precisar de reabilitação, empreendimentos turísticos em praias, quintas em zonas de eleição.
Esta oferta imobiliária com vocação turística é muito variada se pensarmos na dimensão do país, um rectângulo junto ao Atlântico com cerca de 700 quilómetros no sentido norte-sul e 300 no sentido este-oeste, num total de cerca de mil quilómetros de costa, também ela muito variada. Sem esquecer as regiões insulares dos Açores e da Madeira.
Os principais empreendimentos são feitos em Lisboa, no Porto e no Algarve, mas há ofertas de referência noutros destinos de menor concentração, seja ao longo do rio Douro, que é navegável da cidade do Porto até Espanha e passa pela famosíssima região demarcada do Vinho do Porto; no Alto Douro, hoje património classificado da UNESCO; no Alentejo, que se afirma como um destino turístico de qualidade; seja até na turística ilha da Madeira ou no arquipélago dos Açores, classificado internacionalmente entre os três principais destinos de sonho que a natureza oferece e agora também destino de companhias aéreas low-cost.
O imobiliário português é um porto seguro para investir, até por se saber que em Portugal não houve bolha imobiliária, mas principalmente se sublinharmos a reconhecida característica dos portugueses de bem receber e integrar quem chega de fora, os níveis de segurança social que o país vive e um clima realmente ameno, com regiões onde o Inverno é suave e o Verão não atinge temperaturas muito elevadas.
Nas nossas praias de mar, nos nossos rios ou por caminhos do interior cheios de peregrinações culturais e tradições de múltiplas facetas, o que oferecemos vale tanto como um mojito na Bodeguita del Medio, em Havana, meca do turismo mundial que renasce com a recente abertura nas relações entre os Estados Unidos da América e Cuba, sem ignorar comparações com as sonhadas doces indolências de um passeio junto ao mar em Miami ou noutro litoral florido.
Numa linguagem própria do golfe, direi que, turisticamente, temos de manter a boa prática do swing adequado para toda a tacada certa. O swing, ou seja, a rotação a dar ao corpo para efectuar a tacada adequada à distância a que nos encontramos do objectivo imediato, é fundamental. No golfe como na própria promoção turística. Sem sonharmos com uma série de “hole in one” (um buraco com uma tacada única), mas sem grandes erros. A natureza ajuda-nos.
O nosso turismo também beneficiou dos passos dados no sentido de incentivar investimentos estrangeiros, nomeadamente pela oferta de melhores condições à obtenção de autorização de residência para investidores estrangeiros que subscrevam em Portugal investimentos privilegiados – fórmula inteligente de captar capitais que queiram apostar, de forma séria e não especulativa, nas potencialidades que reconhecidamente possuímos.
Turisticamente falando, quero testemunhar que o caminho que temos vindo a trilhar nesta área, muito ligada à do imobiliário que me move, mostra ter o tal swing certo para as nossas estratégias de crescimento, principalmente se tivermos em conta que o crescimento desejável é aquele que proporciona um desenvolvimento sustentado e respeita a nossa própria identidade.
Presidente da APEMIP