Há 70 mil crianças com menos de cinco anos no Nepal a precisar de apoio nutricional urgente, de forma a prevenir a deterioração do seu estado de saúde, alertou esta segunda-feira a UNICEF.
O apelo do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) é lançado precisamente um mês depois do forte sismo, de magnitude 7,8 na escala de Richter, que abalou o território nepalês.
No sismo de 25 de Abril, mais de 8.600 pessoas perderam a vida e outras 16.800 ficaram feridas. Outro forte abalo, de magnitude de 7,3, foi sentido a 12 de maio.
De acordo com a UNICEF, cerca de 15 mil crianças nos 14 distritos mais afetados pelo sismo precisam de alimentação terapêutica, como por exemplo pasta de amendoim (rica em nutrientes), para tratar desnutrição severa grave.
A par deste grupo, outras 55 mil crianças em estado de desnutrição severa moderada precisam de alimentação e cuidados suplementares para voltar a ter um desenvolvimento e um crescimento saudáveis.
Antes do terramoto, uma criança em cada dez no Nepal sofria de desnutrição severa grave, enquanto quase quatro em cada dez registavam um atraso no crescimento devido a um estado de desnutrição crónica, acrescentou a agência da ONU, alertando que o sismo terá agravado este cenário.
A organização Save the Children também indicou hoje que milhares de recém-nascidos correm sério risco de contrair doenças ou até mesmo de morrer, uma vez que cerca de 93 mil grávidas constam entre a população afectada directamente pelo sismo.
Muitas destas mulheres não estão a viver nas respectivas casas, mas sim sob lonas de plástico, em condições de pouca higiene e ao frio, segundo o relato desta organização não-governamental.
A mesma entidade alertou que, quando começar a estação das monções, as chuvas fortes vão aumentar o risco de propagação de doenças, em especial aquelas que são transmitidas através da água como é o caso da cólera.
Até hoje, o plano internacional de ajuda entregou, entre outros itens, mais de 26.000 ‘kits’ de alojamento provisório, mais de 11.800 cabazes de alimentos básicos e perto de 42.600 ‘kits’ de purificação de água, meios que chegaram a cerca de 103.000 pessoas, das quais mais de 43.000 são menores de idade.
Lusa