O anúncio chegou na segunda-feira. Depois dos vários casos de violência policial que despoletaram protestos em massa em vários estados dos EUA, a começar pela morte de Michael Brown, negro de 18 anos, no Missouri a 9 de Agosto, a administração de Barack Obama aprovou uma lei que proíbe as agências federais de fornecerem às polícias dos vários estados certo tipo de equipamentos militares como lançadores de granadas, armas de alto calibre e baionetas, armamento esse que foi usado nos protestos do Verão passado em Ferguson depois de Brown ter sido morto pela polícia.
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A nova lei não passou sequer pelas câmaras do Congresso norte-americano, com Obama a assinar uma ordem presidencial – coisa rara entre as administrações norte-americanas – para que as agências federais revejam o tipo de equipamentos que fornecem às polícias locais e estatais em todo o país.
“Temos visto como equipamentos militarizados por vezes dão às pessoas a sensação de que existe uma força ocupadora em vez de uma força que é parte da comunidade e que existe para protegê-la e servi-la”, disse o presidente na segunda-feira, durante um discurso em Camden, New Jersey, onde sublinhou a redução da criminalidade e as tácticas de policiamento “exemplares” das autoridades dessa cidade, que podem servir de exemplo ao resto do país. “Isso”, continuou, “pode alienar e intimidar os residentes locais e enviar a mensagem errada”.
Da lista de armas que o Departamento da Defesa, o Departamento da Justiça e o Departamento de Segurança Doméstica deixam de poder fornecer às polícias estatais e locais constam veículos armados ao estilo de tanques, certo tipo de uniformes de camuflagem, baionetas, armas de fogo e munições de calibre .50 ou superior, lançadores de granadas e aparelhos aéreos militarizados.