Escrevo esta crónica antes de me sentar ao comando do Mitsubishi num dos mais fantásticos Ralis de Portugal de sempre. A prova tem um simbolismo especial, depois do grande acordo entre autarquias: Turismo do Norte e comissão de coordenação. Será um primeiro sinal de mobilização regional para um grande objectivo comum?
Era impossível, para muitos, juntar todas estas vontades, mas aconteceu. Nos reconhecimentos já se percebia o entusiasmo deste público, que anda kilometros serra acima para ver os carros vibrar, e vibrar a cada momento. Até as passagens de reconhecimento tiveram honras de foto e milhares de partilhas nas redes sociais.
O retorno deste investimento já está a ser brutal, ajudando a crescer uma região que se apresenta dinâmica e com um potencial imenso na captação turística e de novos investimentos. Aqui está literalmente o motor do pais e o norte deve assumir-se, sem complexos, como líder de uma mudança de atitude que deixe de lado o choradinho, não conseguimos! Para afirmar, sim aceitamos o desafio e sabemos triunfar. Nas conversas com os outros pilotos é imensamente gratificante ouvir bem o que tem a dizer deste pais, reconhecendo a excelência da hotelaria e salivando pelos sabores que vão provando.
Certamente teremos um dos melhores Ralis de todo o mundial, onde vi, pela primeira vez, pilotos parados no alto das serras apenas para tirar uma foto, deslumbrados com a paisagem. Os que não quiseram abraçar esta ideia de ter o rali no Norte, não perceberam a dimensão de um evento que será certamente um dos melhores e mais marcantes do ano. Tenho o prazer de fazer de novo este rali e de me deixar encantar também pelo meu país, que tem tanto ainda para dar aos que realmente gostam dele, na sua total diversidade.
Jornalista RTP
Coordenador Jornal 2 – RTP2
Escreve à sexta-feira