Inteligentes?


Eventualmente, daqui a uma ou duas décadas, teremos acesso a revelações surpreendentes sobre a nossa origem e sobre a vida fora do planeta Terra.


A tecnologia nasceu antes da humanidade. No filme “2001 – Odisseia no Espaço”, de Stanley Kubrick e Arthur C. Clarke, é um enigmático monólito preto que presenteia a macacada com a capacidade de manipular utensílios, marcando o nascimento de uma espécie inteligente. Mas esta semana foi anunciada a descoberta, no lago Turkana, Quénia, de pedras talhadas, como bigornas, martelos e ferramentas de corte, com 3,3 milhões de anos de idade.

Como o Homo sapiens tem apenas cerca de 200 mil anos, conclui-se que, muito antes de haver homens, já havia quem transformasse pedras em utensílios. A história da inteligência ganhou outra cronologia e permite especular que o homem não foi a única espécie com cabeça. Por coincidência, no filme de Kubrick e Clarke, um dos misteriosos monólitos é descoberto na superfície lunar, ali enterrado há quatro milhões de anos. Claro, os maluquinhos dos ovnis e das teorias de conspiração estão delirantes.

Finalmente, a comunidade científica apresenta provas de que, antes do homem, outros homens povoavam a Terra. Mas não é tanto a origem da inteligência que deve preocupar a humanidade, mas antes a sua escassez. Os homens do século XXI estão a três minutos da sua própria extinção (marcada no Doomsday Clock, que conta o tempo para o último segundo e que vai agora nas 23h57), perdidos na voragem dos recursos naturais, na poluição desenfreada, no rompimento de todos os equilíbrios naturais, numa competição desenfreada pelo dinheiro e por guerras sem sentido que levam inocentes e destroem o nosso próprio património.

Eventualmente, daqui a uma ou duas décadas, teremos acesso a revelações surpreendentes sobre a nossa origem e sobre a vida fora do planeta Terra. Mas essa epifania virá no exacto momento em que a luz da nossa existência se apagará, perdida nas contradições em que nos deixamos afundar. Quem disse mesmo que éramos uma espécie inteligente?

Escreve à sexta-feira

 

Inteligentes?


Eventualmente, daqui a uma ou duas décadas, teremos acesso a revelações surpreendentes sobre a nossa origem e sobre a vida fora do planeta Terra.


A tecnologia nasceu antes da humanidade. No filme “2001 – Odisseia no Espaço”, de Stanley Kubrick e Arthur C. Clarke, é um enigmático monólito preto que presenteia a macacada com a capacidade de manipular utensílios, marcando o nascimento de uma espécie inteligente. Mas esta semana foi anunciada a descoberta, no lago Turkana, Quénia, de pedras talhadas, como bigornas, martelos e ferramentas de corte, com 3,3 milhões de anos de idade.

Como o Homo sapiens tem apenas cerca de 200 mil anos, conclui-se que, muito antes de haver homens, já havia quem transformasse pedras em utensílios. A história da inteligência ganhou outra cronologia e permite especular que o homem não foi a única espécie com cabeça. Por coincidência, no filme de Kubrick e Clarke, um dos misteriosos monólitos é descoberto na superfície lunar, ali enterrado há quatro milhões de anos. Claro, os maluquinhos dos ovnis e das teorias de conspiração estão delirantes.

Finalmente, a comunidade científica apresenta provas de que, antes do homem, outros homens povoavam a Terra. Mas não é tanto a origem da inteligência que deve preocupar a humanidade, mas antes a sua escassez. Os homens do século XXI estão a três minutos da sua própria extinção (marcada no Doomsday Clock, que conta o tempo para o último segundo e que vai agora nas 23h57), perdidos na voragem dos recursos naturais, na poluição desenfreada, no rompimento de todos os equilíbrios naturais, numa competição desenfreada pelo dinheiro e por guerras sem sentido que levam inocentes e destroem o nosso próprio património.

Eventualmente, daqui a uma ou duas décadas, teremos acesso a revelações surpreendentes sobre a nossa origem e sobre a vida fora do planeta Terra. Mas essa epifania virá no exacto momento em que a luz da nossa existência se apagará, perdida nas contradições em que nos deixamos afundar. Quem disse mesmo que éramos uma espécie inteligente?

Escreve à sexta-feira