Crítica a “Va. poretto Titano”. Isto não é código Morse

Crítica a “Va. poretto Titano”. Isto não é código Morse


Mike El Nite atira-nos para um rap trendy, com beats de quem também é DJ e sabe o que hoje se ouve, menos bairrista, mais futurista


Os chapéus são com os rappers: há muitos. E apesar de serem um acessório recorrente na imagem de Mike El Nite, a fotografia parece, talvez, desfocada. Ou de que outra forma se explicaria que alguém dê a um EP o título de “Vaporetto Titano”? Essa parece ser a lógica do rapper lisboeta, aquela que à ultima hora foge da fotografia de grupo, aquela linguagem irónica que promove discussões de grupo para tentar vislumbrar em que direcção saiu o disparo. No entanto, esta aparição com seis faixas em modo televendas não é propriamente código Morse.

Mike El Nite atira-nos para um rap trendy, com beats de quem também é DJ e sabe o que hoje se ouve, menos bairrista, mais futurista. É certo que nem sempre é um rap acessível a todos, as referências exigem alguma espécie de atenção pop ao que o mundo vai produzindo. Mas até aí ele parece manter a humildade de não dizer o que nós vamos dizer. Não percebem? Estudassem.