Continuamos esta nossa caminhada, primeiro para sacudir uma incómoda pedra no sapato. Falámos de sapato? É incontornável seguir o trilho do assunto “calçado” na Croisette. Depois da polémica da véspera, a que já se chamou “heelgate”, a organização do Festival de Cannes viu-se forçada a esclarecer todo este embaraço. Aqui citamos: “Não há menção específica à altura dos saltos das senhoras, tal como não há para os homens. No entanto, para nos certificarmos de que a etiqueta é cumprida, os anfitriões do festival foram recordados das regras.” Por regras referem-se a smoking para eles e vestido de gala para elas.
Mas adiante, com outros filmes, agora os do ecrã. Paolo Sorrentino mostrou o seu novo filme, “Youth”, agora em inglês, e com Michael Caine e Harvey Keitel como amigos de longa data. Para algo mais perturbador, uma passagem pelo documentário de Amy Berg. “An Open Secret” é uma viagem aos meandros obscuros de Hollywood, trespassados por um desconcertante historial de abuso sexual de actores menores por parte de figuras de relevo da indústria do cinema.
E por falar na meca do entretenimento, entretanto os críticos de cinema de visita ao sul de França aproveitam para ir reunindo as suas apostas para os próximos Óscares. Além do badalado “Carol”, com Cate Blanchett e Rooney Mara, também “Sicario”, com Benicio del Toro, e o drama sobre o Holocausto “Son of Saul” merecem destaque. Ah, e já se diz que a prestação do veterano Michael Caine bem pode valer uma nomeação de Melhor Actor. Façamos figas.
