Este país (já) é para jovens?


Como assegurar melhores perspectivas para os nossos jovens enquanto garantiado futuro dos nossos territórios?


Pouco depois de o actual governo assumir funções, vários dos seus responsáveis fizeram declarações públicas que permitiam uma leitura implícita de um apelo à emigração por parte da população activa mais jovem, enquanto solução para as dificuldades de obter colocações profissionais no nosso país.

Fortemente empoladas do ponto de vista político e mediático, tais declarações não encerravam mais do que um duro pragmatismo: olhando à situação particular de cada cidadão e ao confronto entre as oportunidades que se lhe colocavam dentro e fora do país, a hipótese de uma experiência internacional perfilava-se como claramente vantajosa numa perspectiva estritamente económica.

Ainda assim, nunca esta foi apontada como uma solução colectiva de resignação perante as dificuldades que a retracção económica associada à crise internacional e a um período de especial austeridade doméstica naturalmente encerrava.
Mais recentemente, em Braga, aquando da apresentação do Livro Branco da Juventude, o primeiro-ministro deixou uma nota de optimismo para o futuro: “Tivemos durante muitos anos jovens que não encontraram em Portugal as oportunidades adequadas, mas temos hoje cada vez mais jovens que encontram oportunidades cá e que entendem que Portugal pode ser um bom destino até para jovens de outras nacionalidades.”

Já esta semana, na abertura da Conferência Internacional “Roteiros do Futuro”, também o Presidente da República versou a mesma temática, defendendo que “é necessário um esforço acrescido para serem criadas condições para o regresso dos jovens portugueses que se fixaram no estrangeiro”. “Portugal não pode desperdiçar o imenso capital humano dos seus jovens”, acrescentou na mesma ocasião.

Mais um curto recuo no tempo e, desta feita, regresso a Bruxelas, ao início deste mês, à iniciativa em que pude participar com outros responsáveis europeus – “Youth and the City” –, com a qual o Fórum Europeu da Juventude procurou assinalar a Semana Europeia da Juventude.

Diferentes origens, diversos contextos e quadrantes políticos, mas uma mesma preocupação: como assegurar melhores perspectivas para os nossos jovens enquanto garantia do futuro dos nossos territórios?

O emprego, claro. O apoio ao empreendedorismo, seja de carácter económico ou ligado a mecanismos de inovação social. Mas também o usufruto de uma educação e formação diferenciadoras. O acesso à habitação. As políticas de promoção do lazer, da cultura, do associativismo, da prática desportiva. O incentivo à participação cidadã. Dar voz e envolver os jovens e seus representantes na construção do nosso futuro comum. Promover a oportunidade de participação e partilha em experiências internacionais.

No encontro que se seguiu com o comissário europeu para a Educação, Cultura, Juventude e Desporto, o húngaro Tibor Navracsics, pude também apresentar as principais linhas de acção do projecto “100% Youth Friendly City”, que se traduz numa parceria estratégica entre várias cidades europeias para o desenvolvimento de um processo inovador de certificação em políticas amigas da juventude.

Partindo da Rede de Capitais Europeias da Juventude, este projecto coordenado por Braga pretende criar um referencial de boas práticas a disseminar na rede e, a prazo, no contexto da generalidade das cidades europeias.

Porque cada país será tanto mais para jovens quanto mais cada uma das suas cidades o for também.

Presidente da Câmara de Braga
Escreve à quinta-feira


Este país (já) é para jovens?


Como assegurar melhores perspectivas para os nossos jovens enquanto garantiado futuro dos nossos territórios?


Pouco depois de o actual governo assumir funções, vários dos seus responsáveis fizeram declarações públicas que permitiam uma leitura implícita de um apelo à emigração por parte da população activa mais jovem, enquanto solução para as dificuldades de obter colocações profissionais no nosso país.

Fortemente empoladas do ponto de vista político e mediático, tais declarações não encerravam mais do que um duro pragmatismo: olhando à situação particular de cada cidadão e ao confronto entre as oportunidades que se lhe colocavam dentro e fora do país, a hipótese de uma experiência internacional perfilava-se como claramente vantajosa numa perspectiva estritamente económica.

Ainda assim, nunca esta foi apontada como uma solução colectiva de resignação perante as dificuldades que a retracção económica associada à crise internacional e a um período de especial austeridade doméstica naturalmente encerrava.
Mais recentemente, em Braga, aquando da apresentação do Livro Branco da Juventude, o primeiro-ministro deixou uma nota de optimismo para o futuro: “Tivemos durante muitos anos jovens que não encontraram em Portugal as oportunidades adequadas, mas temos hoje cada vez mais jovens que encontram oportunidades cá e que entendem que Portugal pode ser um bom destino até para jovens de outras nacionalidades.”

Já esta semana, na abertura da Conferência Internacional “Roteiros do Futuro”, também o Presidente da República versou a mesma temática, defendendo que “é necessário um esforço acrescido para serem criadas condições para o regresso dos jovens portugueses que se fixaram no estrangeiro”. “Portugal não pode desperdiçar o imenso capital humano dos seus jovens”, acrescentou na mesma ocasião.

Mais um curto recuo no tempo e, desta feita, regresso a Bruxelas, ao início deste mês, à iniciativa em que pude participar com outros responsáveis europeus – “Youth and the City” –, com a qual o Fórum Europeu da Juventude procurou assinalar a Semana Europeia da Juventude.

Diferentes origens, diversos contextos e quadrantes políticos, mas uma mesma preocupação: como assegurar melhores perspectivas para os nossos jovens enquanto garantia do futuro dos nossos territórios?

O emprego, claro. O apoio ao empreendedorismo, seja de carácter económico ou ligado a mecanismos de inovação social. Mas também o usufruto de uma educação e formação diferenciadoras. O acesso à habitação. As políticas de promoção do lazer, da cultura, do associativismo, da prática desportiva. O incentivo à participação cidadã. Dar voz e envolver os jovens e seus representantes na construção do nosso futuro comum. Promover a oportunidade de participação e partilha em experiências internacionais.

No encontro que se seguiu com o comissário europeu para a Educação, Cultura, Juventude e Desporto, o húngaro Tibor Navracsics, pude também apresentar as principais linhas de acção do projecto “100% Youth Friendly City”, que se traduz numa parceria estratégica entre várias cidades europeias para o desenvolvimento de um processo inovador de certificação em políticas amigas da juventude.

Partindo da Rede de Capitais Europeias da Juventude, este projecto coordenado por Braga pretende criar um referencial de boas práticas a disseminar na rede e, a prazo, no contexto da generalidade das cidades europeias.

Porque cada país será tanto mais para jovens quanto mais cada uma das suas cidades o for também.

Presidente da Câmara de Braga
Escreve à quinta-feira