Benfica. CDS teria impedido festa no Marquês de Pombal

Benfica. CDS teria impedido festa no Marquês de Pombal


Vereador centrista garante que Medina não “divulgou que tinha um parecer negativo” da PSP. 


O parecer negativo da PSP à festa do bicampeonato do Benfica no Marquês de Pombal reacendeu o debate. Para o autarca do CDS João Gonçalves Pereira deve haver uma reflexão sobre os acontecimentos do passado domingo: “Não devemos ser indiferentes”, até porque “em nenhum momento o presidente divulgou que tinha tido um parecer negativo ou com reservas das forças de segurança.”

O autarca centrista afirma que, tendo em conta o que é público, “se tivesse um parecer negativo não teria autorizado a festa em termos que não fossem conformes com as próprias forças de segurança”. Contudo realça que, como há esclarecimentos que são devidos, vai aguardar até à próxima reunião da câmara. “Há uma coisa que é a liberdade que as pessoas têm de festejar. Essa é uma liberdade que não deve ser condicionada”, diz, acrescentando que agora, sem os relatórios e sem as informações que são devidas, não é o momento de tomar qualquer tipo de decisão. “Efectivamente, uma das soluções pode passar por as festas serem realizadas dentro dos estádios porque são locais onde as forças de segurança têm sistemas muito treinados e que permitem uma segurança que noutros locais não será possível”, acrescenta.

Já António Prôa, do PSD, disse que vai exigir esclarecimentos a Fernando Medina, que considera o “principal responsável” pela situação por não ter respeitado o parecer negativo da PSP: “Vou pedir esclarecimentos na sequência dos incidentes e tendo em conta a informação de que a câmara não respeitou as preocupações que a polícia transmitiu”, afirmou à Lusa. 

Comemorações no Estádio? Para Santana Lopes, o parecer das autoridades deveria ter levado a autarquia a recuar na autorização da festa no Marquês: “Celebrações de futebol, cada uma no seu estádio. Se querem fazer mal, que façam no seu estádio”, defendeu o ex-autarca na SIC Notícias, acrescentando que  nunca decidiria “contra um parecer desfavorável das forças de segurança, por uma questão de prudência e de princípio”.

Ao i, Fernando Negrão afirma que o Benfica fez uma “aquisição costumeira” da praça: “O Benfica não se apropriou do Marquês de Pombal, mas tornou tradição do próprio clube festejar as suas vitórias nessa praça.” É uma “expectativa legítima” dos simpatizantes do clube que a festa se realize nesse local e o ex-candidato à presidência da câmara não vê “por que razão ela deve ser limitada e resumida ao Estádio da Luz”. Para Negrão, a festa “dá vida à praça e à cidade” mas não é “nada saudável ter acontecido o que aconteceu, principalmente contra a opinião dos especialistas em segurança”, neste caso a PSP. “Devia ter havido mais cuidado”, afirma. Mas daí a restringir as comemorações ao estádio parece “um exagero”.

Medina já rejeitou qualquer relação entre os desacatos na praça e o dispositivo de segurança acordado com a PSP. “Os desacatos que aconteceram são absolutamente lamentáveis e inaceitáveis para a cidade e para um fenómeno desta natureza, e nada têm a ver com o dispositivo que foi encontrado”, vincou o autarca.