Eurobarómetro. Ainda não é agora que me alegro


Perante a declaração “os homens são menos competentes que as mulheres para o desempenho de tarefas domésticas”, 57% tendem a concordar ou a concordar totalmente


Foi agora divulgado o relatório do Eurobarómetro que dá conta da opinião das mulheres e dos homens europeias/europeus relativamente à igualdade de género. Em Portugal foram realizadas 1002 entrevistas presenciais entre Novembro e Dezembro de 2014. E o que nos dizem? Quase dois terços (63 por cento) dos inquiridos consideram que as desigualdades entre mulheres e homens estão amplamente disseminadas no país, embora apenas cerca de um quarto percepcione um agravamento da mesma no decurso da última década. Apesar desta percepção relativamente generalizada das desigualdades de género, o sentido geral das respostas é pouco claro e unívoco.

Já sabíamos que a população portuguesa oscila entre valores modernistas e progressistas relativamente à família e aos papéis de género. Este registo é agora reconfirmado: só 20 por cento das pessoas inquiridas discordam (e apenas 6 por cento discordam totalmente) da asserção “a vida familiar é penalizada quando a mulher tem um emprego a tempo inteiro”.

Perante a declaração “os homens são menos competentes que as mulheres para o desempenho de tarefas domésticas”, 57% tendem a concordar ou a concordar totalmente. Sim, é caso para desapontamento… No entanto, este é um dos países que mais consenso reúnem em torno das afirmações “a igualdade entre mulheres e homens é um direito fundamental” e “uma sociedade mais justa requer o combate às desigualdades entre homens e mulheres”. Em suma, este Eurobarómetro evidencia um quadro de notória ambivalência nos valores das portuguesas e dos portugueses. Ainda não é agora que me alegro…

Professora no Instituto Superior de Economia e Gestão – U. Lisboa.

Escreve à quarta-feira

 


Eurobarómetro. Ainda não é agora que me alegro


Perante a declaração “os homens são menos competentes que as mulheres para o desempenho de tarefas domésticas”, 57% tendem a concordar ou a concordar totalmente


Foi agora divulgado o relatório do Eurobarómetro que dá conta da opinião das mulheres e dos homens europeias/europeus relativamente à igualdade de género. Em Portugal foram realizadas 1002 entrevistas presenciais entre Novembro e Dezembro de 2014. E o que nos dizem? Quase dois terços (63 por cento) dos inquiridos consideram que as desigualdades entre mulheres e homens estão amplamente disseminadas no país, embora apenas cerca de um quarto percepcione um agravamento da mesma no decurso da última década. Apesar desta percepção relativamente generalizada das desigualdades de género, o sentido geral das respostas é pouco claro e unívoco.

Já sabíamos que a população portuguesa oscila entre valores modernistas e progressistas relativamente à família e aos papéis de género. Este registo é agora reconfirmado: só 20 por cento das pessoas inquiridas discordam (e apenas 6 por cento discordam totalmente) da asserção “a vida familiar é penalizada quando a mulher tem um emprego a tempo inteiro”.

Perante a declaração “os homens são menos competentes que as mulheres para o desempenho de tarefas domésticas”, 57% tendem a concordar ou a concordar totalmente. Sim, é caso para desapontamento… No entanto, este é um dos países que mais consenso reúnem em torno das afirmações “a igualdade entre mulheres e homens é um direito fundamental” e “uma sociedade mais justa requer o combate às desigualdades entre homens e mulheres”. Em suma, este Eurobarómetro evidencia um quadro de notória ambivalência nos valores das portuguesas e dos portugueses. Ainda não é agora que me alegro…

Professora no Instituto Superior de Economia e Gestão – U. Lisboa.

Escreve à quarta-feira