Cavaquismo


“A política sem risco é uma chatice, e sem ética é uma vergonha.” Sá Carneiro


Há exactamente 30 anos, que se completam amanhã, dia 19, Cavaco Silva era eleito presidente do PSD, num congresso histórico realizado no Casino da Figueira da Foz.

Para a História ficou a “surpresa” da eleição do tecnocrata que, segundo o próprio, “não tinha qualquer intenção de ser eleito líder do PSD quando resolvi fazer a rodagem do carro até à Figueira da Foz”. 

Cinco meses depois, desfeito que estava o bloco central, Cavaco ganhava as eleições com maioria relativa. Dois anos depois conquistava a maioria absoluta.

O “cavaquismo” marcou decididamente a sociedade portuguesa, para o melhor e para o pior. Significou a rutura definitiva com o sonho socialista, na verdade, na época já quase ideologicamente desfeito, mas ainda muito presente na economia. Mas abriu as portas também à política do “vale tudo e salve-se quem puder”. 

Cavaco “desfez” o PSD tradicional, única forma de assegurar o seu próprio poder. O partido era, à data, uma verdadeira trituradora de líderes. 

Homem mais virado para a acção do que para a reflexão, Cavaco ou é amado ou odiado. Vive actualmente, na Presidência da República, a fase mais baixa da sua popularidade. 

Sempre afirmou que não era político. 

Na verdade, ficou na política até hoje.

Escreve à segunda-feira

Cavaquismo


“A política sem risco é uma chatice, e sem ética é uma vergonha.” Sá Carneiro


Há exactamente 30 anos, que se completam amanhã, dia 19, Cavaco Silva era eleito presidente do PSD, num congresso histórico realizado no Casino da Figueira da Foz.

Para a História ficou a “surpresa” da eleição do tecnocrata que, segundo o próprio, “não tinha qualquer intenção de ser eleito líder do PSD quando resolvi fazer a rodagem do carro até à Figueira da Foz”. 

Cinco meses depois, desfeito que estava o bloco central, Cavaco ganhava as eleições com maioria relativa. Dois anos depois conquistava a maioria absoluta.

O “cavaquismo” marcou decididamente a sociedade portuguesa, para o melhor e para o pior. Significou a rutura definitiva com o sonho socialista, na verdade, na época já quase ideologicamente desfeito, mas ainda muito presente na economia. Mas abriu as portas também à política do “vale tudo e salve-se quem puder”. 

Cavaco “desfez” o PSD tradicional, única forma de assegurar o seu próprio poder. O partido era, à data, uma verdadeira trituradora de líderes. 

Homem mais virado para a acção do que para a reflexão, Cavaco ou é amado ou odiado. Vive actualmente, na Presidência da República, a fase mais baixa da sua popularidade. 

Sempre afirmou que não era político. 

Na verdade, ficou na política até hoje.

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