Fernando Nobre. “Equipa da AMI no Nepal está bem, apesar do forte sismo”

Fernando Nobre. “Equipa da AMI no Nepal está bem, apesar do forte sismo”


Nobre contou que as condições no terreno são muito difíceis, com níveis de destruição muito grandes.


O presidente da AMI disse esta terça-feira que a equipa de quatro elementos que permanece em Katmandu “está bem”, apesar de ter “sentido fortemente o sismo de 7,3 que abalou o Nepal esta manhã.

Um sismo de magnitude 7,3 na escala de Richter sacudiu hoje o Nepal, revelou o observatório norte-americano que monitoriza a actividade sísmica em todo o mundo, dando conta de várias réplicas, uma delas de magnitude 6,3.

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“Os quatro elementos da AMI que ainda estão em Katmandu relataram-nos, numa mensagem via Facebook, que sentiram o hotel onde estão alojados abanar violentamente, mas, [este] não chegou a ruir. Disseram que o sismo foi muito forte”, declarou à agência Lusa Fernando Nobre, que regressou do Nepal na segunda-feira à noite.

De acordo com a agência noticiosa espanhola Efe, a zona onde ocorreu o sismo de hoje é a que foi mais afectada pelo terramoto de magnitude 7,8 ocorrido a 25 de Abril passado e que provocou mais de oito mil mortos.

Em declarações à Lusa, o presidente da Assistência Médica Internacional (AMI) explicou que têm estado a tentar falar com a equipa chefiada pelo enfermeiro Ivo Saruga, mas sem sucesso, uma vez que as comunicações “estão difíceis”.

“Eu regressei ontem [segunda-feira] à noite. Inicialmente éramos seis e agora ficaram lá quatro, que deveriam permanecer no Nepal mais uma semana. Este novo abalo vem piorar ainda mais a situação. Se se justificar, temos de rever a nossa ajuda no terreno”, adiantou.

Fernando Nobre contou à Lusa que as condições no terreno são muito difíceis, com níveis de destruição muito grandes, uma vez que as habitações não têm tijolo, apenas terra e lama.

“A AMI decidiu ajudar 10 aldeias a cerca de 70 quilómetros a nordeste de Katmandu. Fornecemos refeições, água potável e ajudamos na reconstrução das casas juntamente com voluntários nepaleses”, explicou.

Na opinião do presidente da AMI, este novo sismo, com esta magnitude, deixa “supor que tudo o que estava em equilíbrio instável vai ser largamente” afectado.

“O que não ruiu da primeira vez deverá ter ruído agora. É de temer que a situação agora seja mais complicada, uma vez que o grosso das equipas de ajuda internacional já tinha saído do país. O trabalho de emergência já tinha acabado e tinha começado o trabalho de reabilitação, com estes no vos dados a situação piorou de certeza”, disse.

O presidente da AMI disse ainda que vai tentar falar com a equipa no Nepal para ter uma ideia mais “real do que se está a passar, para decidir o que deverá ser feito a seguir”.

O Nepal foi hoje atingido de novo por um sismo forte, de magnitude 7,3 na escala de Richter, seguido de várias réplicas, uma das quais de magnitude 6,3, anunciou o Instituto de Geofísica dos Estados Unidos.

O sismo mais forte também sentido em Nova Deli, a cerca de mil quilómetros do epicentro, com a agência noticiosa francesa (AFP) a indicar que vários edifícios de escritórios foram evacuados na capital da Índia.

Lusa