Famalicão. Um intervalo de 19 anos no futebol profissional

Famalicão. Um intervalo de 19 anos no futebol profissional


Despediu-se do convívio dos grandes em 1994 e da Liga de Honra em 1996. O futebol mudou muito entretanto.


O Estoril fora o primeiro a descer mas a situação do Famalicão não era muito melhor. A três jornadas do fim do campeonato, a equipa orientada pelo brasileiro Abel Braga ia ficar com o sonho destruído em Alvalade. Com um onze com Luís Vasco – guarda-redes que entretanto foi contratado peloSporting –, Carlos Fonseca, Piguita, Freitas, Jorginho, Lila,Garrido, Nando, Tiago, Morgado e Marito, os famalicenses saíram de Lisboa com uma derrota por 3-0 (dois de Paulo Torres e um de Figo) e o destino traçado.

Era a sexta participação do Famalicão entre a elite do futebol nacional, a quarta consecutiva depois de passagens fugazes em 1946/47 e 1978/79. Nunca houve grandes motivos para festejar: o 13.o lugar nas duas primeiras participações ditou a despromoção e na década de 90 não fizeram melhor que o 14.o posto, em três anos consecutivos.

Tanta, Ben-Hur, Cacioli, Menad, Lula, Dane, Secretário, Chico Faria, Careca, Barnjak e Mihtarsky foram algumas das principais referências no primeiro escalão, mas não foi possível prolongar o sonho. E mesmo na Liga de Honra o convívio acabou ao fim de dois anos, com o 17.o lugar em 1995/96. O intervalo de 19 anos no futebol profissional foi penoso. Por duas vezes, ainda na década de 90, o regresso esteve próximo – 2.o na Zona Norte –, mas depois o clube entrou num ciclo negativo até cair para o futebol distrital em 2007/08. Só durou um ano.

O Famalicão bateu no fundo, em força, mas aproveitou o impacto para fazer de trampolim. Deixou a III Nacional ao fim de dois anos e estava desde 2011/12 – ano em que recebeu o Sporting na Taça de Portugal – no terceiro escalão, que foi mudando de nome de II Divisão B até Campeonato Nacional de Seniores. Até que este fim-de-semana a equipa festejou a subida que lhe escapava há vários anos. Aquela que garante o regresso ao futebol profissional.

Varzim e Fafe mantiveram-se perto da fase de promoção à II Liga, mas a equipa de DanielRamos fechou matematicamente as contas com duas jornadas ainda por disputar – com 32 pontos, leva oito de vantagem sobre os dois rivais que ainda mantêm uma oportunidade de subir através do playoff.

Em 1995/96, a Liga de Honra tinha 18 equipas. Rio Ave, V. Setúbal e Sp. Espinho subiram, Nacional e Ovarense fizeram companhia ao Famalicão na descida. Pelo meio, outros velhos conhecidos como P. Ferreira, Penafiel, Moreirense, Estoril e Académica. Para o ano só há a garantia de reencontrar os penafidelenses, mas o V. Setúbal continua na lista de aflitos da Liga Portuguesa.