Procuradores troçaram nas redes com a prisão do antigo primeiro-ministro José Sócrates e foram alvo de processos disciplinares. Marques Vidal defendeu-os mas o seu voto saiu vencido, escreve nesta terça o "Diário de Notícias"
O Conselho Superior do Ministério Público (CSMP) abriu um inquérito disciplinar a 14 de Abril contra os procuradores, mas a decisão não foi unânime. Dos 19 membros, dois abstiveram-se e quatro votaram contra, um deles foi Joana Marques Vidal.
Para a PGR, os comentários publicados no Facebook pelos procuradores foram feitos no âmbito da liberdade de Expressão.
"Em face dos elementos disponíveis, dificilmente se pode configurar alguma infração disciplinar, em particular, em espaços onde coexiste a liberdade de expressão", afirmou Marques Vidal, na acta do plenário do CSMP, citada pelo DN.
Por outro lado, tinha sido a própria PGR a assinar uma circular interna, em Outubro de 2013, que pedia “contenção” nas palavras dos magistrados expressas em debates, blogues e redes sociais.
Um magistrado escreveu: "Há dias perfeitos. Hihihihihi", no dia 21 de Novembro, logo após a detenção de José Sócrates. Umas semanas depois, quando os reclusos de Évora, prisão onde se encontra o antigo primeiro-ministro, exigiram um secador de roupa e melhor alimentação.
Outro procurador fez o seguinte comentário "Com toda a razão, afinal ele estava habituado aos mais requintados restaurantes em Paris”.
Na época, o advogado de Sócrates João Araújo foi dos primeiros a condenar os comentários destes magistrados, chegando a apelidá-los de “a garotada que invadiu os tribunais e que se entretém com estas parvoíces, em vez de estar a despachar processos".
